'Popstars' Feliciano e Bolsonaro estudam deixar Partido Social Crist�o
Em 2014, o PSC (Partido Social Crist�o) era uma festa.
A sigla realizava sua conven��o nacional na Assembleia Legislativa de S�o Paulo. L� fora, caixas de som tocavam "Hotel California". Dentro, uma selfie reunia dois deputados, Marco Feliciano e Jair Bolsonaro, e o candidato � C�mara Dr. Rey.
"Os dois maiores h�teros e o homem que toca todas as mulheres [o cirurgi�o pl�stico Rey]", bradava Feliciano no sal�o.
Do trio, s� Bolsonaro n�o era filiado ao PSC –ainda. No ano seguinte, ele trocou o PP pelo partido, que j� abrigava um de seus filhos, Eduardo, deputado que nem o pai.
Gabriel Cabral - 14.jun.2014/Folhapress | ||
Da esq. para dir., a partir do quarto homem na foto: Eduardo Bolsonaro, Jair Bolsonaro, Dr. Rey e Marco Feliciano na conven��o do PSC, em 2015 |
A festa acabou. Potenciais puxadores de votos da legenda, Bolsonaro e Feliciano j� articulam o div�rcio eleitoral (ap�s perder em 2014 e declarar que "o Brasil preferiu os mesmos malandros de sempre", Dr. Rey deixou a sigla).
Pr�-candidato � Presid�ncia, o primeiro foi o deputado mais votado no Rio em 2014 (465 mil votos). O segundo teve a terceira melhor coloca��o no pleito paulista (398 mil).
Junto com o pai debandariam tamb�m tr�s Bolsonaros. O primog�nito Fl�vio se candidatou a prefeito carioca e, mesmo terminando no quarto lugar, teve desempenho acima do esperado (14%, contra 10% projetados pelo Ibope).
Tamb�m em 2016, o ca�ula Carlos virou o vereador mais votado no Rio (106 mil eleitores). E Eduardo, dois anos antes, ganhou 82 mil votos em S�o Paulo e garantiu vaga na C�mara ao lado do pai, estendendo a base fluminense do cl� para o Estado vizinho.
Bolsonaro j� deixou claro que n�o fica no PSC. Tinha um pr�-acordo com o partido, conta: se conseguisse 10% das inten��es de voto para a corrida presidencial de 2018, "a legenda seria minha". Apareceu com quase isso: 9% em pesquisa Datafolha de dezembro.
Ele se diz decepcionado com a alian�a no Maranh�o, em 2016, entre o partido e o governo de Fl�vio Dino, do PC do B –o Partido Comunista do Brasil, que seria inconcili�vel com sua ideologia de direita.
Not�cias da parceria foram ilustradas com foto em que o presidente do PSC, pastor Everaldo, posa ao lado de Dino e de um retrato da ent�o presidente Dilma Rousseff. Ao votar a favor do impeachment da petista, em abril passado, Bolsonaro disse que o fazia "pela mem�ria" do "pavor de Dilma", o coronel Carlos Brilhante Ustra, que a torturou na ditadura.
Alan Marques - 17.dez.2013/Folhapress | ||
Os deputados Marco Feliciano e Jair Bolsonaro conversam na C�mara, em 2013 |
A Folha apurou que Feliciano v� o PSC balan�ado e conversa com outros partidos. Questionado, ele s� afirma que sua inten��o � se candidatar ao Senado em 2018. Diz considerar o momento prop�cio a conservadores como ele. "E minha rejei��o vem de um grupo pequeno, os gays."
Segundo Bolsonaro, com essas defec��es � vista, o PSC arrisca cair na "zona de rebaixamento" se a cl�usula de barreira vingar. Refere-se � lei, em vota��o no Senado, que estrangularia partidos nanicos ao limitar dinheiro do fundo partid�rio �s siglas incapazes de obter 2% dos votos totais para a C�mara.
Em fevereiro, o PSC teve direito a R$ 1,5 milh�o em verbas do fundo (PT, com o maior aporte, abocanhou R$ 7,6 milh�es), segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Nome do partido em maior evid�ncia no jogo interno da pol�tica, o l�der do governo na C�mara, Andr� Moura (PSC-SE), relativiza uma eventual deser��o dos colegas. "� l�gico que a gente gostaria muito que eles ficassem, mas o PSC tem um planejamento forte para 2018 –eleger deputados em todos os Estados."
O pr�prio Moura, contudo, est� sendo cortejado por dirigentes do PMDB, segundo a coluna "Painel".
O presidente do partido diz desconhecer uma insatisfa��o de Feliciano. Sobre Bolsonaro, "as torcidas do Flamengo e do Botafogo est�o sabendo do problema dele [com a gente]", afirma o pastor Everaldo.
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