PF revela erro em investiga��o sobre grampo na cela de Youssef
Paulo Lisboa - 17.nov.2016/Folhapress | ||
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O doleiro Alberto Youssef deixa a sede da Justi�a Federal em Curitiba |
A Pol�cia Federal concluiu em fevereiro deste ano que houve erro na investiga��o sobre a instala��o de um grampo ilegal na cela do doleiro Alberto Youssef.
A Folha apurou que um relat�rio da PF revelou que a primeira sindic�ncia sobre o caso apontava erroneamente que a escuta havia sido colocada antes da chegada do operador na sede da pol�cia em Curitiba, em mar�o de 2014, e estava inativa.
Youssef foi preso na primeira fase da Opera��o Lava Jato, acusado de envolvimento no esquema de corrup��o da Petrobras.
Um m�s depois, em abril daquele ano, o doleiro encontrou o grampo em sua cela e seu advogado pediu uma apura��o interna da PF, conduzida pelo delegado Mauricio Moscardi, da equipe respons�vel pela Lava Jato.
A apura��o inicial se baseava no depoimento de um agente da PF, Dalmey Werlang, e em uma decis�o judicial de 2008 sobre o antigo inquilino da cela, o traficante Fernandinho Beira-Mar.
Em seu testemunho, Werlang afirmava que o grampo j� estava instalado quando o doleiro foi preso, mas n�o estava funcionando.
Quase um ano depois, o agente mudou sua vers�o. Em novo depoimento, acusou seus superiores de pedirem para que instalasse o equipamento sem autoriza��o judicial –o que deu origem a nova investiga��o, desta vez conduzida pela Corregedoria da Pol�cia Federal.
O caso passou a ser foco de atrito entre integrantes da PF, com troca de acusa��es nos autos de processos.
Respons�vel pela primeira investiga��o, Moscardi afirma que foi induzido ao erro por um depoimento mentiroso de Dalmey Werlang.
O delegado se defende por esse testemunho n�o ter sido o �nico elemento para a sua conclus�o. Segundo ele, a decis�o judicial que autorizava grampear a cela quando ela era era ocupada por Beira-Mar resguardava as declara��es do agente policial.
Werlang, por sua vez, insiste que foi coagido a instalar o grampo para Youssef, mesmo sem autoriza��o judicial. Ele diz que sofreu amea�as para n�o falar a verdade no primeiro depoimento.
A c�pula da Lava Jato, que tamb�m foi ouvida nas investiga��es, nega qualquer irregularidade sobre o grampo.
NOVAS INVESTIGA��ES
H� ainda outros processos administrativos em andamentos para apurar a conduta de Dalmey Werlang. Ele chegou a pedir para se aposentar, mas a solicita��o foi negada pela PF devido �s sindic�ncias abertas.
O agente agora pede que a Corregedoria investigue o trabalho de Moscardi � frente da primeira apura��o sobre o grampo na cela de Youssef.
Quase dois anos depois, a PF ainda n�o concluiu a origem nem mesmo a data exata de instala��o do grampo encontrado pelo doleiro.
Procurada pela Folha para comentar o caso, a Pol�cia Federal afirmou que n�o se manifestaria pois a lei "determina o sigilo de apura��es disciplinares administrativas".
Moscardi n�o respondeu aos questionamentos da reportagem. Werlang n�o foi localizado.
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