PF faz buscas em casa do filho de Lob�o; Senador critica
A Opera��o Leviat� da Pol�cia Federal, deflagrada nesta quinta (16) para cumprir mandados expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal), provocou rea��o da defesa do senador Edison Lob�o (PMDB-MA), que afirmou que "os excessos viraram regra" na Lava Jato.
Os seis mandados de busca e apreens�o foram expedidos pelo ministro Edson Fachin e cumpridos no Rio de Janeiro, em Bel�m e em Bras�lia, nas resid�ncias dos investigados e em seus escrit�rio de trabalho. Entre os alvos das buscas est�o M�rcio Lob�o, filho do senador, e o ex-senador Luiz Ot�vio de Oliveira Campos, do Par�. Elas s�o referentes a um inqu�rito instaurado a partir de provas obtidas na Lava Jato.
Segundo nota da PF, a opera��o � consequ�ncia de um inqu�rito que apura pagamento de propina de 1% do valor das obras de Belo Monte, no Par�, a dois partidos pol�ticos. O dinheiro teria sido pago por parte das empresas do cons�rcio construtor.
A linha de investiga��o tem como base a dela��o premiada do ex-senador Delc�dio do Amaral (ex-PT-MS).
Em nota divulgada durante a tarde, o advogado de Lob�o, Carlos Almeida Castro, o Kakay, disse que "� necess�rio uma repulsa veemente a esta a��o desproporcional". "A defesa do Senador ressalta a indigna��o diante da agress�o e da injusti�a sofridas pelo filho do Senador. E mais uma vez, o que move a arbitrariedade � unicamente a palavra do delator que se vale da dela��o premiada para ferir a honra das pessoas, em troca de benef�cios", diz a nota.
"Nenhuma prova, nenhum ind�cio, nada que justifique a��o t�o desproporcionada e injusta. Mas � bom que se investigue, que se apure, para provar a improced�ncia de acusa��o t�o descabida."
A nota de Kakay ainda afirma que os dois primeiros inqu�ritos que foram abertos em rela��o ao senador na Lava Jato foram arquivados e "n�o havia nenhum motivo para ato t�o invasivo e que constrange toda a fam�lia".
Editoria de Arte/Folhapress |
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Em 2016, reportagem da Folha mostrou que, em dela��o premiada, executivos da Andrade Gutierrez revelaram que as construtoras respons�veis pela obra de Belo Monte pagaram propina de R$ 150 milh�es (o 1% do valor dos contratos) para PT e PMDB. Cada partido ficaria com uma cota de R$ 75 milh�es. Os recursos foram pagos, segundo os depoimentos, na forma de doa��es legais para campanhas de 2010, 2012 e 2014.
Os investigados poder�o responder pelos crimes de corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa.
Luiz Ot�vio chegou a ser investigado em 2012 por suspeita de desvio de R$ 12 milh�es da Finame (Ag�ncia Especial de Financiamento Industrial), mas o caso foi arquivado em 2013. No ano passado, a ent�o presidente Dilma Rousseff o indicou para ser o diretor-geral da Antaq (Ag�ncia Nacional de Transportes Aquavi�rios),
A indica��o atendeu aos interesses de Helder Barbalho (PMDB-PA), que era ministro da Secretaria dos Portos na �poca, e de seu pai, o senador Jader Barbalho — ambos aliados hist�ricos de Luiz Ot�vio. Quando Michel Temer assumiu, por�m, ele suspendeu as indica��es da petista.
M�rcio Lob�o � citado como intermedi�rio de propina ao pai no acordo de dela��o premiada firmado pelo ex-presidente da Transpetro, S�rgio Machado. � �poca, Edison Lob�o era ministro de Minas e Energia do governo Lula.
Os pagamentos da subsidi�ria da Petrobras para o ex-ministro eram encaminhados ao escrit�rio de M�rcio, localizado no centro do Rio.
INVESTIGA��O
O nome da opera��o � uma refer�ncia � obra "O Leviat�", do fil�sofo Thomas Hobbes. Nela, ele diz que o "homem � o lobo do homem", comparando o Estado a um ser humano artificial criado para sua pr�pria defesa e prote��o.
Em junho do ano passado, o STF autorizou a abertura de um inqu�rito para apurar se integrantes da c�pula do PMDB no Senado supostamente receberam propina na constru��o de Belo Monte. Os investigados s�o os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Juc� (PMDB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Jader Barbalho.
A abertura foi determinada pelo ministro Fachin a pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica.
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