Ap�s crise em 2015, Beto Richa fecha ano com respiro no Paran�
Arnaldo Alves - 19.dez.16/ANPR | ||
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O governador do Paran�, Beto Richa (PSDB), durante solenidade em Curitiba |
Beto Richa (PSDB) ganhou menos cabelos brancos no ano que passou.
O governador do Paran�, que enfrentou uma queda sem precedentes na sua popularidade em 2015, com greve, ajuste fiscal, protestos e professores feridos num confronto com policiais, termina 2016 com um respiro pol�tico.
"Gra�as a Deus", disse Richa � Folha. "A situa��o � bem melhor."
Com um ajuste iniciado h� dois anos e duramente criticado, que tirou dinheiro da Previd�ncia, elevou impostos e aumentou a taxa��o dos aposentados, o governo do Paran� teve condi��es de pagar os sal�rios em dia e fechar o ano com superavit –coisa que outros Estados n�o t�m conseguido fazer.
Al�m disso, o tucano viu seu capital pol�tico crescer mesmo com baixa popularidade, com a elei��o do aliado Rafael Greca (PMN) para a prefeitura de Curitiba, uma importante vitrine eleitoral, e o enfraquecimento dos eventuais advers�rios em 2018.
O ex-senador Osmar Dias (PDT), que foi seu advers�rio em 2010, agora se aproxima de Richa. Foi homenageado pelo governador na �ltima semana e ensaia uma eventual alian�a. J� Gleisi Hoffmann (PT), r� na Opera��o Lava Jato, perdeu musculatura pol�tica junto com a investiga��o e o desgaste do PT no Estado.
Apesar do respiro, a situa��o do tucano est� longe de ser confort�vel. Richa ainda � desaprovado por 61% da popula��o, segundo o instituto Paran� Pesquisas. Em 2015, o �ndice era de 71%.
Apesar dos sal�rios em dia, o governo anunciou que n�o ir� conceder reajuste e progress�es aos servidores como havia prometido, e foi criticado pelo "calote".
"Qual � a grande obra do Richa? � pagar o d�cimo terceiro. Isso � obriga��o", diz o deputado Requi�o Filho (PMDB), l�der da oposi��o.
A arruma��o fiscal, hoje propagada como o grande legado de Richa, surgiu para corrigir excessos do pr�prio governo, que havia gastado mais do que podia, como afirmou o secret�rio da Fazenda, Mauro Ricardo.
Com o agravamento da crise econ�mica, por�m, o ajuste ajudou o Paran� a diferir de outros Estados. "Quem sabe o Paran� hoje seria um Rio de Janeiro", diz Richa. "N�s nos antecipamos � crise."
"Ele n�o se antecipou a nada; ele fez o ajuste porque precisava", afirma o deputado Tadeu Veneri (PT).
Para a oposi��o, h� um "artificialismo" no discurso de Richa, que n�o condiz com a reprova��o das ruas.
A imagem do tucano, ainda assim, melhorou nacionalmente. O secret�rio da Fazenda, que chegou a ser apelidado de "Maurinho malvadeza" ao chegar ao Estado, tem sido chamado por outros governadores e prefeitos para expor o que foi feito no Paran�.
Richa voltou a ganhar moral entre tucanos de alta plumagem, como o governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin. "Ele fez a li��o de casa, e hoje � um bom exemplo", afirmou � Folha ao visitar o Estado em dezembro.
Para aliados, � "um craque", como diz o deputado Luiz Cl�udio Romanelli (PSB). Para advers�rios, dono de "um pragmatismo tipo 'toma l�, d� c�' que tem destru�do a pol�tica", opina Veneri.
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