Delator era pr�ximo de herdeiro e mirava altos parlamentares
Divulga��o - 21.nov.2012/PSDB | ||
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Bruno Ara�jo (esq.) entrega medalha a Cl�udio Melo Filho (centro) no Congresso em 2012 |
Piv� da nova crise do governo Michel Temer, o ex-diretor de Rela��es Institucionais da Odebrecht Cl�udio Melo Filho falava com a autoridade de quem era homem de total confian�a de Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo e hoje preso.
Foi o executivo que relatou em seu acordo de dela��o premiada na Lava Jato repasse de R$ 10 milh�es a pedido de Temer para campanha do PMDB em 2014. Parte do dinheiro teria sido entregue em dinheiro vivo no escrit�rio de Jos� Yunes, assessor que deixou o governo na quarta (14). Temer nega irregularidades.
Nas palavras de quem era pr�ximo do lobista da empreiteira em Bras�lia, Cl�udio Filho mirava sempre os "big shots", os figur�es do mundo da pol�tica no Congresso, e n�o perdia tempo com a turma do "baixo clero".
Ele herdou o cargo do pai, Cl�udio Melo, em 2004, depois que uma grave doen�a afastou aquele que era o bra�o direito do todo poderoso Em�lio Odebrecht.
As gera��es aproximavam pai e filho dos comandantes da empreiteira baiana. Cl�udio Filho, 49, � apenas um ano mais velho que Marcelo e come�ou como estagi�rio no grupo, em 1989.
O lobista tratava dos interesses da empreiteira dentro do Congresso e costumava negociar doa��es legais e ilegais para pol�ticos. N�o era, por�m, o portador de dinheiro a ser entregue.
Em conversa com a Folha, um pol�tico se lembra de ter negociado doa��es de campanha com Cl�udio Filho nos corredores do pr�prio Congresso Nacional. Na �poca, o lobista ofereceu cerca de R$ 350 mil ao parlamentar. Mas avisou que teria de ser por meio de caixa dois.
O deputado disse que o momento n�o era prop�cio para receber dinheiro frio e avisou que preferia ganhar uma doa��o legal. Foi avisado ent�o de que o valor teria de ser menor, de R$ 150 mil, para n�o gerar cobran�as de outros pol�ticos que n�o faziam parte do grupo de total confian�a da empreiteira.
Havia outro motivo. Para n�o gerar especula��es sobre suas doa��es, a empresa optava por fazer grandes repasses via caixa dois. Fugiria tamb�m de press�es de grupos de outros pa�ses nos quais a empresa tinha neg�cios, que podiam fazer compara��es com o Brasil.
At� assumir o cargo nas Rela��es Institucionais, Cl�udio Filho n�o tinha muita familiaridade com as negocia��es pol�ticas. No entanto, por meio de seu pai, sempre teve contatos com o mundo do Congresso Nacional.
Na Bahia, onde nasceu, o executivo � vizinho de muro de Geddel Vieira Lima, ex-secret�rio de Governo de Temer, num condom�nio de luxo. Foi Geddel quem apresentou o presidente ao lobista da Odebrecht em agosto de 2005.
Um congressista desafeto do ex-ministro afirmou ter brincado uma vez com o executivo da Odebrecht: "Voc� � o �nico que eu conhe�o que gosta do Geddel".
Em Bras�lia, Cl�udio Filho mora em uma casa de alto padr�o no Lado Sul, regi�o mais valorizada da capital federal. � amante de t�nis e sua fam�lia, propriet�ria do restaurante de culin�ria oriental Soho, famoso na cidade.
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