Marina n�o queria mostrar elo com OAS, afirma L�o Pinheiro
Alan Marques -19.abr.2016/Folhapress | ||
Marina Silva, que foi candidata � presid�ncia em 2010 e 2014 |
O empres�rio L�o Pinheiro, um dos s�cios do grupo OAS, relatou nas negocia��es que entabula para fechar um acordo de dela��o com procuradores da Lava Jato que representantes de Marina Silva lhe pediram contribui��o para o caixa dois da campanha presidencial em 2010 porque ela n�o queria aparecer associada a empreiteiras.
Candidata � Presid�ncia pelo PV naquele ano, Marina acabou a disputa, vencida por Dilma Rousseff (PT), em terceiro lugar.
A informa��o sobre a dela��o de Pinheiro foi revelada pelo jornal "O Globo" no domingo (12) e confirmada pela reportagem da Folha.
Pinheiro disse que a contribui��o foi pedida por Guilherme Leal, s�cio da Natura e um dos principais apoiadores de Marina no meio empresarial, e Alfredo Sirkis, um dos coordenadores da campanha do PV.
Leal, candidato a vice na chapa de Marina em 2010, diz ter recebido Pinheiro em seu escrit�rio, em S�o Paulo. O empreiteiro foi levado ao encontro por Sirkis, ainda de acordo com o empres�rio.
Leal e Sirkis, por�m, negam ter recebido contribui��es il�citas. Segundo eles, a reuni�o com Pinheiro ocorreu em maio de 2010, quando a campanha n�o havia come�ado. A OAS fez uma doa��o legal ao PV do Rio.
Marina nega tamb�m que tenha usado recursos de caixa dois na campanha de 2010. "Nunca usei um real em minhas campanhas que n�o tivesse sido regularmente declarado", disse em nota.
Ela afirmou tamb�m que apoia a Opera��o Lava Jato e pediu que os procuradores e a Pol�cia Federal investigassem o relato de Pinheiro sobre o suposto caixa dois na campanha dela em 2010 (leia texto abaixo).
Marina e o ex-presidente Lula lideram a pesquisa Datafolha para a disputa presidencial em 2018, segundo levantamento realizado em abril. Est�o tecnicamente empatados, com cerca de 20% das inten��es de voto, dependendo de seus advers�rios.
DOA��O OFICIAL
Segundo Sirkis, a OAS doou R$ 400 mil para o PV do Rio de Janeiro e a contribui��o foi registrada na Justi�a eleitoral.
Seria por esse motivo que a doa��o n�o aparece na presta��o de contas da disputa em 2010, entregue pela candidata � Justi�a eleitoral.
Marina, hoje na Rede, � uma cr�ticas das contribui��es il�citas feitas por empresas a candidatos. Em 2010, ela j� defendia que as campanhas fossem financiadas com recursos p�blicos –na disputa para as prefeituras neste ano, doa��es de empresas s�o vetadas, mas n�o de pessoas f�sicas.
O discurso de Marina nem sempre se traduzia em pr�ticas, e ela mesma reconheceu essa dificuldade em entrevistas. Nas campanhas de 2010 e 2014, quando disputou a Presid�ncia novamente, ela foi criticada por ambientalistas por aceitar doa��es de empresas poluidoras e que n�o seguem � risca a legisla��o ambiental, como mineradores e f�bricas de fertilizantes.
A candidata justificou que aceitava essas doa��es em 2010 porque a campanha presidencial havia sido curta e n�o houve tempo para mobilizar os seus apoiadores.
OUTRO LADO
A ex-senadora Marina Silva (Rede), o empres�rio Guilherme Leal e o ex-deputado federal Alfredo Sirkis negam que tenham pedido e recebido contribui��o de L�o Pinheiro, da OAS, para o caixa dois da campanha de 2010.
Marina afirmou em nota que nunca aceitou
recursos n�o declarados � Justi�a eleitoral para a sua campanha. "N�o acredito que nenhum dirigente do PV possa ter usado meu nome sem ter me dado conhecimento, ainda mais para fins il�citos", disse em nota.
Ela pede que as autoridades investiguem o relato de L�o Pinheiro sobre a suposta contribui��o il�cita ao PV.
"Posso assegurar � opini�o p�blica brasileira que, neste momento em que a sarjeta da pol�tica j� esta repleta de denunciados, o melhor caminho � confiar no trabalho do Minist�rio P�blico e da Pol�cia Federal", afirma.
Leal afirma em nota � Folha que se reuniu com Pinheiro em 31 de maio de 2010. Diz que Sirkis levou o empreiteiro at� o seu escrit�rio. Ainda segundo ele, o s�cio da OAS manifestou interesse em doar para o PV.
"Disse-lhe expressamente que eventual contribui��o seria bem-vinda, sem qualquer contrapartida ou compromisso, nos estritos termos da lei, isto �, com o devido registro no Tribunal Superior Eleitoral", diz Leal.
Segundo ele, a OAS n�o doou para a campanha de Marina, mas sim para o comit� financeiro do PV do Rio. Essa doa��o est� registrada no Tribunal Superior Eleitoral.
Leal rebate com veem�ncia a vers�o de que ele teria pedido para a doa��o ser feita no caixa dois. "Isso � mentira. Repudio com veem�ncia este tipo de ataque � minha honra", diz.
Sirkis afirmou em nota que os R$ 400 mil doados oficialmente pela OAS foram usados na campanha presidencial no Estado do Rio e nas disputas de governador, deputado federal e estadual.
O advogado Jos� Lu�s Oliveira Lima, que atua na defesa de L�o Pinheiro, disse que "as conversas com os procuradores s�o sigilosas" e, por esse motivo, n�o poderia se manifestar.
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