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An�lise: Em sua origem, Bolsa Fam�lia foi criticado por 'focaliza��o'
Ao atacar a inten��o atribu�da a seus advers�rios de dar "foco reduzido" ao Bolsa Fam�lia, a presidente Dilma Rousseff revive cr�ticas enfrentadas pelo pr�prio governo petista no nascedouro do programa, em 2003.
Lula havia sido eleito com a promessa de um amplo programa assistencialista batizado de Fome Zero, para o qual n�o havia recursos dispon�veis no Or�amento. A sa�da foi uma alternativa encontrada no pensamento liberal.
A equipe econ�mica de ent�o –que contava com Joaquim Levy, depois ministro de Dilma, e Marcos Lisboa, sondado para um prov�vel governo Michel Temer– defendeu, em documento, que os programas sociais deveriam ser focados na parcela mais pobre da popula��o.
Essa era a tese de organismos internacionais como o Banco Mundial, que assessorou o governo Lula na formula��o do Bolsa Fam�lia e at� hoje � um dos principais propagandistas da iniciativa.
Na �poca, a rea��o da esquerda mais tradicional foi agressiva. Em entrevista � Folha, a economista Maria da Concei��o Tavares chamou Lisboa de semianalfabeto. "A focaliza��o foi experimentada e empurrada pelo Banco Mundial na goela de todos os pa�ses e deu uma cagada", vociferou.
O ent�o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que depois chefiaria a Casa Civil de Dilma, respondeu que "a focaliza��o � uma quest�o de bom senso, e n�o de pol�tica de direita ou de esquerda."
Poucos meses depois, o Bolsa Fam�lia nasceu como um programa focalizado nos mais pobres –diferente, portanto, das pol�ticas universais adotadas na Previd�ncia Social e na sa�de, �s quais toda a popula��o tem acesso.
O argumento em favor de tal estrat�gia � que os gastos sociais precisam ser mais eficientes no combate � mis�ria e � desigualdade. Estudos mostram, por exemplo, que as aposentadorias, financiadas por toda a sociedade, acabam beneficiando estratos menos necessitados.
� verdade que, ao longo dos �ltimos anos, a administra��o petista deu ao programa Bolsa Fam�lia uma escala antes inimagin�vel –os antecessores da plataforma, como o Bolsa Escola e o Bolsa Alimenta��o, gastavam algo como R$ 3,8 bilh�es ao ano, em valores corrigidos pela infla��o.
Hoje, debate-se se a iniciativa precisa consumir os R$ 28 bilh�es programados para 2016 ou se parte dos benefici�rios j� deixou a pobreza.
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