Nova integrante do Conselho de �tica diz ter 'admira��o' por Cunha
A deputada federal Tia Eron (PRB-BA) chegou ao Conselho de �tica, que analisa neste momento o processo de cassa��o do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rebatendo cr�ticas dos colegas sobre uma poss�vel manobra para reverter o placar em favor do peemedebista, mas tamb�m deixando claro que mant�m "admira��o e respeito" pelo trabalho de Cunha na Casa.
"[Cunha] fez essa casa produzir como nunca. (...) O presidente limpou as gavetas. Projeto de lei com a minha idade veio para a pauta de vota��o. � um grande ganho pol�tico para a na��o brasileira. Ent�o [ele] tem a� a minha admira��o e o meu respeito", afirmou.
Sobre o processo, contudo, ela disse que entrar� no "voto da cautela e da responsabilidade" e que ainda precisa fazer uma an�lise. "Sou muito bem posicionada, quem me conhece sabe a minha trajet�ria, tenho um lado", disse, no que corrigiu imediatamente para "tenho um discurso muito incisivo".
Tia Eron substitui o deputado Fausto Pinato (PP-SP), que renunciou alegando que n�o se sentia � vontade de permanecer na vaga que cabe ao PRB no colegiado ap�s ter mudado para o PP.
O movimento, contudo, pode abrir espa�o para uma virada de Cunha que, na fase de aprecia��o do relat�rio preliminar, foi derrotado pela margem apertad�ssima de 11 a 9. O voto de Pinato era contr�rio a Cunha –com sua sa�da, o placar ficou 10 a 10.
"Compreendo que a gente chega num momento em que teve um empate (...) e talvez por conta disso esteja acontecendo esse olho do furac�o. Ent�o eu entendo, mas quero que me d� o meu direito de estar analisando devidamente esse processo, mas sob o ponto de vista legal", disse Tia Eron.
Ela negou que tenha pedido para ir para o Conselho e disse que foi decis�o do PRB.
Aos novos colegas no Conselho, ela disse que reconhece o "grande compromisso da casa em fazer com que o Brasil seja passado a limpo". "Eu quero fazer parte dessa hist�ria tamb�m", afirmou.
Mais cedo, o presidente do Conselho de �tica, Jos� Carlos de Ara�jo (PR-BA), disse que n�o sabia se Pinato havia "renunciado ou sido renunciado" e que a indica��o de Tia Eron "n�o foi � toa". "O jogo est� desenhado. N�o podemos ficar � merc� da boa vontade de Eduardo Cunha, que quer mandar em tudo."
Pinato tamb�m foi � sess�o para se defender das acusa��es dos colegas de ter cedido a uma manobra de Cunha.
"N�o teve press�o, teve di�logo e constru��o", disse Pinato. "N�o sou homem de barganhas e muito menos de press�es."
"Vergonha � barganhar voto dentro do conselho de �tica", alfinetou, completando que "se est�o todos t�o preocupados" com sua aus�ncia do conselho, que ent�o cedam uma vaga para que ele volte.
O Conselho de �tica analisa o pedido de cassa��o de Cunha por quebra de decoro. Ele � suspeito de manter contas banc�rias secretas no exterior e de ter mentido sobre a exist�ncia delas ao depor � CPI da Petrobras.
DELATORES
O relator do processo de cassa��o, o deputado Marcos Rog�rio (DEM-RO) disse nesta quinta que pretende ouvir at� o dia 26 os delatores na Lava Jato apontados como testemunhas pela acusa��o.
A partir do dia 27, seriam chamadas as oito testemunhas indicadas pela defesa. A previs�o � que os trabalhos sejam conclu�dos no dia 19 de maio.
Rog�rio anunciou ainda ter descartado como testemunhas o ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa e o policial federal Jayme Alves, conhecido como "Careca", por afirmar que seus depoimentos "n�o guardam qualquer conex�o com o objeto da apura��o".
"Isso n�o quer dizer, contudo, que pela natureza do processo disciplinar, n�o se possa apurar a t�tulo de desdobramento outras condutas correlatas que se mostrem pertinentes com as imputa��es", disse o relator.
Com isso, restariam ser ouvidos os lobistas Julio Camargo, Fernando Soares, o Baiano, e Jo�o Henriques, o doleiro Alberto Youssef, e os empres�rios Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Junior.
O relator destacou que ainda n�o se sabe como ser�o os trabalhos na C�mara na pr�xima semana, mas a previs�o � que Henriques preste depoimento no dia 25 e Fernando Baiano no dia 26.
A defesa de Cunha tentou impedir a convoca��o dos delatores na Lava Jato, mas na �ltima quinta-feira (7), a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) C�rmen L�cia negou a liminar (decis�o provis�ria) pedindo a suspens�o dos depoimentos.
O presidente do Conselho de �tica, Jos� Carlos de Ara�jo (PR-BA), disse j� ter solicitado verba � Casa para trazer os delatores de Curitiba para os depoimentos.
No caso do doleiro Leonardo Meirelles, que dep�s no Conselho na �ltima semana, o pedido de verba n�o foi respondido e a pr�pria testemunha pagou as passagens da S�o Paulo para Bras�lia.
Na sess�o desta quinta (14), o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) chegou a sugerir que os deputados fizessem uma "vaquinha" para custear a viagem das testemunhas de acusa��o, considerando que Cunha pode dificultar a log�stica para trazer os delatores at� Bras�lia.
O processo agora est� na fase de recolhimento de provas e oitiva de testemunhas. Em seguida, o relator vai elaborar mais um parecer que, novamente, ser� submetido ao plen�rio do colegiado, antes de seguir para aprecia��o no plen�rio da C�mara.
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