H� ind�cio de que Lula recebeu verba desviada no petrol�o, diz Procuradoria
Em sua manifesta��o mais contundente desde o in�cio da Opera��o Lava Jato, a for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal afirmou em nota que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva foi "um dos principais benefici�rios" de crimes cometidos no �mbito da Petrobras –acompanhe ao vivo a cobertura.
Como parte das a��es da 24� fase da Lava Jato, Lula foi alvo nesta sexta-feira (4) de mandados de condu��o coercitiva (quando o investigado � levado para depor e depois liberado) e busca e apreens�o em seu apartamento em S�o Bernardo do Campo e foi encaminhado ao aeroporto de Congonhas, em S�o Paulo, onde prestou depoimento. H� protestos de partid�rios do PT no local e tamb�m nas proximidades do apartamento dele em S�o Bernardo do Campo, de onde ele foi levado.
Al�m de Lula, entre os alvos dessa fase da Lava Jato est�o a mulher dele, Marisa, os filhos Marcos Cl�udio, F�bio Luis e Sandro Luis, e a nora Marlene Ara�jo. Na lista de alvos tamb�m est�o os empres�rios Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho, assim como Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula. Entre as empresas est�o a empreiteira OAS e a Gamecorp –do filho de Lula, Fabio Luis.
Confus�o em frente � resid�ncia do ex-presidente Lula
Imagens feitas pela rep�rter PAULA REVERBEL
Essa fase da opera��o, batizada de Aletheia, apura se empreiteiras e o pecuarista Jos� Carlos Bumlai favoreceram Lula por meio do s�tio em Atibaia e o tr�plex no Guaruj�. O ex-presidente, que nega as acusa��es, estava "tranquilo" dos momentos iniciais at� a condu��o coercitiva, de acordo com relatos de pessoas que acompanharam a a��o.
O comunicado dos procuradores, que detalha as a��es da opera��o, diz que h� evid�ncias de que o ex-presidente recebeu valores do esquema da estatal por meio das reformas em um apartamento tr�plex no Guaruj�, de um s�tio em Atibaia e tamb�m por meio de doa��es e palestras.
Aletheia: 24� fase da Opera��o Lava Jato
A nota do Minist�rio P�blico Federal diz que, ao longo das 23 fases da Lava Jato, "avolumaram-se evid�ncias" de enriquecimento de funcion�rios da Petrobras, operadores e partidos pol�ticos. O esquema, diz a nota, era comandado a partir das c�pulas das siglas que integram o governo, especialmente PT, PMDB e PP.
Al�m de mencionar os casos do s�tio e do tr�plex, o Minist�rio P�blico Federal afirma que h� "fortes ind�cios" de que a empreiteira OAS pagou R$ 1,3 milh�o a uma empresa contratada para armazenar pertences de seu per�odo na Presid�ncia. O contrato teve seu "real objeto escondido", afirma o comunicado, porque a nota fiscal informava que os itens armazenados eram da OAS.
Editoria de Arte/Folhapress |
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Sobre o tr�plex, diz o Minist�rio P�blico, surgiram evid�ncias de que Lula "recebeu pelo menos R$ 1 milh�o sem justificativa" da OAS por meio de reformas e m�veis de luxo implantados no apartamento. Os procuradores afirmam que tudo isso aconteceu de "modo n�o usual" porque outros apartamentos do condom�nio n�o receberam essas benfeitorias.
"N�o podemos ignorar que haja o pagamento de R$ 40 mil pela op��o de compra de um apartamento, no qual foram gastos R$ 700 mil em obras, e que isso simplesmente n�o seja considerada vantagem", afirmou o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a for�a-tarefa da Lava Jato, durante entrevista coletiva em Curitiba.
Ele disse que, no total, R$ 30,7 milh�es, entre palestras e doa��es, foram disponibilizadas para institui��es ligadas ao ex-presidente Lula pelas cinco maiores empreiteiras investigadas pela opera��o; 60% das doa��es para o Instituto Lula e 47% das palestras pagas para o presidente por meio da empresa LILS v�m dessas companhias, disse.
Lima afirmou que outros favores, que ele considera "muitos", est�o sendo investigados.
De acordo com o procurador, a Odebrecht pagou a reforma do s�tio de Atibaia tanto por meio do uso de sua m�o de obra, com o trabalho de engenheiros, quanto na compra de material de constru��o. "Os pagamentos eram feitos em dinheiro, uma das formas mais elementares de lavagem de dinheiro, porque � dif�cil de rastrear."
Alethea: 24� fase da Lava-jato - Quem foi alvo de condu��o coercitiva da PF
No fim do comunicado, a for�a-tarefa diz que os fatos investigados s�o de compet�ncia federal porque os ocorreram tamb�m quando ele estava na Presid�ncia. "Possivelmente sua influ�ncia foi usada, antes e depois do mandato –o que � objeto de investiga��o–, para que o esquema existisse e se perpetuasse."
Em manifesta��o ao Supremo Tribunal Federal na semana passada, a defesa de Lula havia questionado a compet�ncia do Minist�rio P�blico Federal para tratar do tema. Disse que n�o havia interesse da Uni�o no caso.
Os procuradores dizem que a investiga��o "n�o constitui ju�zo de valor" sobre a figura do presidente ou sobre seu "significado hist�rico".
"Dentro de uma Rep�blica, mesmo pessoas ilustres e poderosas devem estar sujeitas ao escrut�nio judicial quando houver fundada suspeita de atividade criminosa, a qual se apoia, neste caso, em dezenas de depoimentos e ampla prova documental", conclui o texto.
OUTRO LADO
O l�der do PT na C�mara dos Deputados, Afonso Florence (BA), afirmou em entrevista coletiva na manh� desta sexta (4) que a a��o da Opera��o Lava Jato contra o ex-presidente Lula � "ilegal, "pol�tica" e "golpista". Segundo ele, os pobres do Brasil v�o defender o petista.
"Essa a��o confirma que se trata de uma opera��o pol�tica e ilegal, atacando o presidente Lula, o PT e principalmente as conquistas populares do �ltimo per�odo", afirmou Florence.
O petista disse que as bases do partido e movimentos sociais est�o sendo convocadas para montar uma vig�lia e fazer manifesta��es de apoio ao ex-presidente em todo o pa�s.
Diante das acusa��es de Delc�dio, o Instituto Lula divulgou nota, nesta quinta (3), afirmando que o "ex-presidente Lula jamais participou, direta ou indiretamente, de qualquer ilegalidade, seja nos fatos investigados pela opera��o Lava Jato, ou em qualquer outro, antes, durante ou depois de seu governo".
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