Odebrecht admite que engenheiro atuou em reforma de s�tio
A empreiteira Odebrecht admitiu sua liga��o com as obras no s�tio em Atibaia (SP) frequentado pela fam�lia do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. A reforma foi realizada no fim de 2010, quando Lula ainda exercia seu segundo mandato.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (24), a construtora disse que fez uma apura��o interna e que confirmou que seu engenheiro Frederico Barbosa atuou na propriedade rural em atendimento a um pedido de um superior hier�rquico da empresa.
Segundo a empreiteira, Barbosa "realizou acompanhamento t�cnico de obras" e "apoiou a mobiliza��o de pessoas envolvidas na execu��o dos servi�os, que foram remuneradas pelo respons�vel pela obra".
Procurada pela reportagem, a Odebrecht n�o informou o nome do respons�vel pela obra nem de quem teria feito o pedido a Barbosa.
De acordo com a companhia, Barbosa trabalhou na obra da segunda quinzena de dezembro de 2010 a meados de janeiro de 2011.
O engenheiro ficou conhecido nacionalmente ap�s coordenar a constru��o do est�dio de futebol do Corinthians em Itaquera, na zona leste da capital.
Rubens Cavallari - 24.out.13/Folhapress | ||
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O engenheiro Frederico Barbosa, da Odebrecht, no Itaquer�o |
Com a manifesta��o desta quarta, a construtora mudou sua vers�o sobre o s�tio. No fim de janeiro, a Odebrecht havia afirmado � Folha n�o ter identificado "rela��o da empresa com a obra".
Em depoimento prestado a procuradores da Lava Jato na segunda-feira (22), Barbosa tamb�m mudou vers�o dada � reportagem de que havia trabalhado nas f�rias, gratuitamente, para ajudar a um amigo. No testemunho do in�cio da semana, ele admitiu ter atuado a pedido de um chefe da Odebrecht.
A empreiteira ressalvou, por�m, que n�o "custeou de qualquer modo insumos ou materiais utilizados" e nem foi remunerada pelos servi�os prestados no im�vel.
Esse posicionamento diverge das afirma��es feitas � Folha por Patr�cia Fabiana Melo Nunes, ex-dona da loja de materiais de constru��o de Atibaia que forneceu produtos para as obras no s�tio.
Segundo Nunes, a Odebrecht bancou parte das obras, que consumiram cerca de R$ 500 mil s� em materiais. Os produtos foram pagos com dinheiro em esp�cie por um homem que carregava os valores em envelopes dentro de uma mala, de acordo com Nunes.
Ap�s a publica��o das entrevistas no fim de janeiro, a for�a-tarefa da opera��o Lava Jato passou a investigar a liga��o da Odebrecht com os trabalhos no s�tio.
O ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, est� preso sob acusa��o de envolvimento no esquema de corrup��o na Petrobras.
Os procuradores suspeitam que Lula seja o real dono do im�vel rural, que tem 173 mil metros quadrados, o equivalente a 24 campos de futebol.
A propriedade est� registrada em nome dos empres�rios Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho, que s�o s�cios do filho mais velho de Lula, F�bio Lu�s.
OUTRO LADO
Por meio de sua assessoria, Lula diz que a fam�lia dele frequenta o s�tio de seus amigos em finais de semana, e tal fato n�o guarda rela��o com qualquer tipo de crime.
O criminalista Alberto Zacharias Toron, defensor de Fernando Bittar, nega que seu cliente seja "laranja" de Lula na propriedade rural.
"No Minist�rio P�blico Federal e no momento certo juntaremos os documentos que comprovam a origem do dinheiro e a propriedade do s�tio, afastando ila��es indevidas", afirma o defensor.
Ary Bergher, advogado de Jonas Suassuna, afirma que prestar� esclarecimentos somente �s autoridades, em respeito ao segredo de justi�a decretado nas investiga��es.
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