N�o posso deixar a articula��o pol�tica 'de uma vez', afirma Temer
Pedro Ladeira - 19.ago.2015/Folhapress | ||
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A presidente Dilma e Michel Temer, que n�o vai mais negociar cargos e emendas parlamentares |
Um dia ap�s comunicar � presidente Dilma Rousseff que deixar� a fun��o principal de articulador pol�tico do Pal�cio do Planalto, o vice-presidente Michel Temer tentou minimizar o impacto de seu movimento no governo, disse que vai continuar cuidando da rela��o com o Congresso e que n�o pode deixar a articula��o pol�tica "de uma vez".
"Tenho responsabilidade com o pa�s", declarou nesta ter�a-feira (25).
"No PMDB h� alguns que querem que eu deixe a articula��o e outros tantos que querem que eu continue, mas eu entendi que n�o posso, tendo responsabilidade com o pa�s, deix�-la de uma vez", afirmou o vice.
O movimento foi interpretado por aliados como o primeiro passo de afastamento de Temer e do PMDB em rela��o ao governo.
Segundo o peemedebista, a aprova��o das medidas do ajuste fiscal pelo Legislativo "esgotou" a primeira fase da articula��o pol�tica, com distribui��o de cargos e emendas parlamentares a partido que d�o sustenta��o ao governo no Congresso, assuntos dos quais o vice-presidente n�o vai mais tratar.
"Eu continuo na articula��o formatada dessa outra maneira [tratativas com o Congresso]. O que muda � a quest�o, que � importante, aquela chamada entrega de cargos, emendas or�ament�rias, praticamente j� solucionado. Nessa parte eu n�o vou entrar mais", disse Temer.
Ele estava insatisfeito na atribui��o h� meses e disse a Dilma que vivia um ambiente de "intrigas e fofocas" no Pal�cio do Planalto. Al�m disso, o vice sofria press�o de setores do PMDB que insistiam que ele deixasse o cargo.
Na pr�tica, Temer devolveu a fun��o que Dilma havia delegado a ele em abril, numa de suas primeiras tentativas de pacificar a rela��o com o Congresso, onde sofreu derrotas sucessivas desde o in�cio de seu segundo mandato.
A presidente fez um apelo que ele permanecesse acompanhando todas as fun��es da articula��o pol�tica, mas o vice disse que Dilma "concordou" que ele deve "exercitar uma outra esp�cie de atividade ainda na coordena��o pol�tica" e que "n�o h� embara�o" com a petista.
IMPEACHMENT
Temer recha�ou ainda a hip�tese de que sua decis�o tenha alimentado movimentos que estimulam a vota��o de um processo de impeachment contra a presidente.
"� falso, absolutamente falso. Sempre tenho dito e repetido que qualquer hip�tese de impeachment � impens�vel".
Nesta segunda, em entrevista � Folha e a outros dois jornais brasileiros, a presidente Dilma fez um desagravo a Temer.
"O Temer, aquele dia estava inteiramente estressado porque percebeu que o pa�s ia ter uma aprova��o de uma medida provis�ria que impactaria em bilh�es e bilh�es", contou.
"N�o acho que ele falou aquilo [sobre a necessidade de ter 'algu�m' para 'unificar' o Brasil] com a inten��o que atribu�ram a ele. O Temer tem sido de imensa lealdade comigo", "tem responsabilidade com o pa�s", defendeu. "O papel dele � a macro pol�tica, n�o a micro".
'NINGU�M NO LUGAR'
Bra�o direito de Temer na articula��o pol�tica at� agora, o ministro Eliseu Padilha (Avia��o Civil) disse que o vice "acertou" em deixar "a �rea de atritos", que envolve distribui��o de cargos e emendas, para cuidar da macropol�tica, e que n�o acha que h� necessidade de algu�m substituir a dupla nessa fun��o.
"Eu tenho muita d�vida da necessidade [de outra pessoa assumir as tratativas]. Mas � uma quest�o pessoal. N�o ouvi nada de ningu�m", disse o ministro ap�s participar de uma reuni�o com Temer e os l�deres da base na C�mara.
Isso porque, explica, o chamado "varejo" da articula��o pol�tica vai "desaparecer" visto que o governo vai acertar os restos a pagar e terminar de nomear aliados para os cargos de segundo e terceiro escal�o.
"Vamos resolver, essa foi a queda de bra�o que tivemos com a �rea econ�mica. Se resolvermos o para tr�s, no ano que vem s� teremos as emendas impositivas e a� pode ser o ministro Nelson Barbosa, do Planejamento, [quem ir� resolver]", disse Padilha. "Com todo respeito que membros do meu partido e do governo merecem, penso que a pessoa talhada � alta articula��o pol�tica � Temer, pela sua hist�ria de vida, gentileza, cavalheirismo, ele � ideal para esse trabalho de alto n�vel", completou.
At� o fim do m�s, Padilha far� a transi��o da agenda da SRI (Secretaria de Rela��es Institucionais) para quem for designado pela presidente Dilma. O ministro, no entanto, afirmou que nenhum nome foi escolhido.
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