Militar admite que participou de farsa na morte de Rubens Paiva
O depoimento de um coronel que atuou na ditadura militar (1964-85) corroborou informa��es difundidas nas �ltimas d�cadas por testemunhas, historiadores e ex-presos pol�ticos de que o Ex�rcito montou uma farsa para justificar o desaparecimento do ex-deputado federal Rubens Paiva.
Segundo reportagem do "Jornal Nacional", o coronel reformado Raymundo Ronaldo Campos prestou depoimento � Comiss�o Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, no final do ano passado, em que admite ter participado do que ele chamou de "teatro montado".
Rubens Paiva morreu ap�s ser barbaramente torturado por militares, no Rio de Janeiro, em janeiro de 1971. Seu corpo nunca foi encontrado.
Editoria de Arte/Folhapress |
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A vers�o oficial das For�as Armadas, sustentada ainda hoje, � de que Paiva desapareceu ap�s seu carro (que era conduzido por militares, que o escoltava no banco do tr�s) ser cercado por dois outros ve�culos, ocupados por guerrilheiros, que abriram fogo.
No meio do tiroteio, segundo a vers�o oficial, o ex-deputado teria sa�do do banco de tr�s do Fusca –que foi incendiado– e desaparecido, ap�s o resgate dos guerrilheiros.
H�, contudo, in�meros ind�cios que desmentem a vers�o difundida pelo Ex�rcito. O ex-tenente m�dico Amilcar Lobo atendeu Rubens Paiva � �poca. Em depoimento, ele disse que seu estado era cr�tico ap�s as torturas.
De acordo com o depoimento de Raymundo Campos � Comiss�o da Verdade, ele, que � �poca ocupava o posto de capit�o, recebeu ordens do major Francisco Demiurgo Santos Cardoso (j� falecido) para levar o carro at� uma regi�o in�spita do Rio e atear fogo para simular que o ve�culo havia sido interceptado por terroristas.
Campos afirmou ter conduzido o carro at� o local onde ele foi queimado, no Alto da Boa Vista, no Rio.
No depoimento, ele contou ainda que, na companhia de outros militares, abriu o motor do carro e fez v�rios disparos, mas que o ve�culo s� pegou fogo ap�s eles botarem fogo no tanque de gasolina.
O coronel reformado do Ex�rcito afirmou, contudo, que n�o soube do destino do corpo de Rubens Paiva, tendo participado somente do "cineminha armado pelo Ex�rcito" para, segundo suas palavras, "justificar o desaparecimento de um prisioneiro''.
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