Dilma contou ter sofrido encena��o de fuzilamento
Num depoimento de 2001, mas s� agora divulgado, a presidente Dilma Rousseff relata detalhes sobre sua pris�o aos 22 anos, amea�as e a tortura a que foi submetida na ditadura militar (1964-1985). Ela fala em medo, dor, choques, palmat�rias e as marcas que ficaram disso tudo.
Entre as amea�as, cita uma encena��o de fuzilamento e frases como "voc� vai ficar deformada", "ningu�m vai te querer", "vai virar presunto".
'Nem �dio, tampouco perd�o', diz Dilma sobre tortura
O relato foi feito ao Conselho dos Direitos Humanos de Minas Gerais, num processo para que ela pudesse ser indenizada em R$ 30 mil pelo Estado. Parte do teor foi divulgado no domingo pelos jornais "Correio Braziliense" e "Estado de Minas".
Veja imagens de Dilma na ditadura
"O estresse � feroz, inimagin�vel. Descobri pela primeira vez que estava sozinha. Encarei a morte e a solid�o. Lembro-me do medo quando a minha pele tremeu", diz ela. Leia a �ntegra:
Termo de depoimento
Compareceu � sede da comiss�o de indeniza��o de presos pol�ticos do Rio Grande do Sul no dia 25 de outubro de 2001 a sra. Dilma Vana Rousseff, divorciada, economista, RG 901758222, residente na av. Copacabana 1.205/503, bairro Tristeza, Porto Alegre, para prestar o seguinte depoimento:
1Oban |
Organiza��o paramilitar do aparelho de intelig�ncia e tortura do regime militar |
2DOI-Codi |
Sigla para Destacamento de Opera��es de Informa��es - Centro de Opera��es de Defesa Interna. Foi um �rg�o de intelig�ncia subordinado ao Ex�rcito |
3Dops |
Departamento de Ordem Pol�tica e Social, �rg�o estatal criado para controlar movimentos contr�rios ao regime |
4VAR-Palmares |
Vanguarda Armada Revolucion�ria Palmares, grupo de extrema esquerda que combateu a ditadura |
5AI-5 |
Ato Institucional n� 5, decretado em 13 de dezembro de 1968 pelo presidente Costa e Silva, deu poder de exce��o � ditadura para punir arbitrariamente quem fosse considerado inimigo |
Diz a requerente que foi presa no dia 16 de janeiro de 1970, �s 16h, em S�o Paulo, e foi encaminhada � �poca para as depend�ncias da Opera��o Bandeirante (Oban)1, que transformou depois em DOI-Codi II, Departamento de Opera��es Especiais, Centro de Opera��es de Defesa Interna da 2� Regi�o Militar. A den�ncia diz o seguinte: art. 47 da Lei de Defesa Nacional: "Praticar atos destinados a provocar a guerra revolucion�ria; instituir ditaduras de classe ou de partido".
"Na verdade, �quela �poca, o DOI-Codi2 era o centro de tortura mais pesado do pa�s, no caso em S�o Paulo, Opera��o Bandeirante. L� voc� deixava de ter identidade e s� ia existir legalmente quando chegasse ao Dops3. E em S�o Paulo fui fundamentalmente interrogada no in�cio das atividades l� praticadas.
Tinha sido transferida para S�o Paulo em setembro de 1969 e tinha dirigido a VAR-Palmares4. Centraram o interrogat�rio no per�odo de setembro de 1969 a janeiro de 1970. No entanto, como tinha come�ado a milit�ncia em Belo Horizonte, desde 64, logo ap�s o golpe militar, o per�odo de 1964 at� o in�cio de 1969 n�o foi objeto dos principais interrogat�rios e da tortura de S�o Paulo no in�cio.
Para pessoas que tinham militado em diferentes atividades pol�ticas em diferentes Estados, o problema dos interrogat�rios e das torturas era muito grave, porque era interrogado num Estado, depois era levado para outro e come�ava tudo de novo, tortura e interrogat�rio.
Comigo isso aconteceu em tr�s Estados: S�o Paulo, onde fui presa, Minas Gerais, para onde fui transferida, e Rio de Janeiro, onde tamb�m fui transferida" [acredita], "em dezembro de 1971.
** Sua transfer�ncia para Minas Gerais e os interrogat�rios: entrou na clandestinidade porque logo ap�s o AI-55, de dezembro de 68, um violento processo repressivo foi desencadeado em BH.
"Naquela �poca, n�o apenas nos perseguiam, mas em algumas oportunidades as 'batidas' que eram realizadas para nos descobrir eram televisionadas. Eu comecei a ser procurada em Minas Gerais nos dias seguintes � pris�o de �ngelo Pezzuti6.
6�ngelo Pezzuti |
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Militante da VRP, preso pelo Dops em janeiro de 1969 em Belo Horizonte. Sofreu v�rios tipos de tortura at� que, em 1970, ele e outros 39 presos foram trocados pelo embaixador alem�o sequestrado. Em 72, chegou a ser preso no Chile. Morreu em 11 de setembro de 1975 num acidente de motocicleta em Paris |
7Embaixador |
Trata-se do embaixador americano Charles Burke Elbrick, sequestrado em 4 de setembro de 1969 para ser trocado por presos pol�ticos |
Eu morava no edif�cio Solar com meu marido, Cl�udio Galeno de Magalh�es Linhares, e numa noite, no final de dezembro de 68, o apartamento foi cercado e conseguimos fugir na madrugada, devido � suposi��o dos policiais do Dops de Minas Gerais de que n�o est�vamos em casa. O porteiro disse a eles que n�o est�vamos em casa. Fugimos pela garagem que d� para a rua de fundo, rua Goi�s.
A partir desse dia, ficamos clandestinos, no in�cio de 1969. Mudei para o Rio de Janeiro no in�cio de 69. Em setembro, depois do sequestro do embaixador7, eu ainda estava no Rio de Janeiro, me mudei para S�o Paulo, quando ent�o fui presa, em 1970.
Os policiais, tanto do Ex�rcito como os do Dops que integravam a Opera��o Bandeirante, n�o me interrogaram sobre Minas Gerais e Rio de Janeiro. Mais ou menos em abril de 1970, foram agentes do Dops de Minas Gerais, cujos nomes n�o sei, mas que vinham de Minas Gerais. Fui sempre interrogada por militares e civis. Acho que em Minas Gerais por civis, sobretudo, e os dois principais identificaram-se como policiais do Dops de Minas Gerais. Dr. Medeiros, que era nome falso. Fui interrogada dentro da OB por policiais mineiros, que me interrogaram sobre o que aconteceu em Minas Gerais. Interrogaram sobre processo na auditoria de Juiz de Fora, estavam muito interessados em saber meus contatos com �ngelo Pezzuti, que, segundo eles, j� preso, mantinha comigo um conjunto de contatos para que eu viabilizasse sua fuga. Eu n�o tinha a menor ideia do que se tratava, pois tinha sa�do de BH no in�cio de 69 e isso era no in�cio de 70. Desconhecia as tentativas de fuga do �ngelo Pezzuti, mas eles supuseram que se tratava de uma mentira.
Talvez uma das coisas mais dif�ceis de voc� ser no interrogat�rio � inocente. Voc� n�o sabe nem do que se trata.
Acredito hoje ter sido por isso que fui levada em maio de 1970 para Minas Gerais, especificamente para Juiz de Fora, sob alega��o de que ia prestar esclarecimentos em processo que ocorria na 4� CJM, o que de fato ocorreu no dia 18 de maio de 70. Mas depois do depoimento eu fui levada. Ou melhor, teria de ser levada para S�o Paulo, mas fui colocada num local encapuzada que, sobre ele, tinha v�rias suposi��es: ou era uma instala��o do Ex�rcito ou delegacia de pol�cia. Mas acho que n�o era do Ex�rcito, pois depois estive no QG do Ex�rcito e n�o era l�.
**Nesse lugar ficou sendo interrogada sistematicamente e queriam que entregasse os contatos de PM ou PC para viabilizar a fuga do �ngelo.
N�o era, sobretudo, sobre minha milit�ncia em Minas Gerais. Supuseram que, tendo apreendido documentos do �ngelo (que integram o processo), achavam que nossa organiza��o tinha contatos com PM [Pol�cia Militar] ou PC [Pol�cia Civil] mineira que possibilitassem fuga de presos. Acredito ter sido por isso que a tortura foi muito intensa, pois n�o era presa recente, n�o tinha "pontos" e "aparelhos" para entregar.
Eu considero justamente que a premissa da qual eles partiram era que existia entre eles, ou na institui��o deles, algum traidor, o que explica a intensidade com que fui torturada naquele per�odo e o uso de todas as sev�cias de que fui objeto. Esse dr. Medeiros aparecia de novo e ocupava um lugar central. Nessa segunda vez, algu�m o chamava de Lara e tinha outro que identifico, que se chamava Joaquim, que me pareceu n�o um delegado do Dops, mas um agente de segundo n�vel, um inspetor, coisa assim.
Uma das coisas que me aconteceram naquela �poca � que meu dente come�ou a cair e s� foi derrubado posteriormente pela Oban. Minha arcada girou para o outro lado, me causando problemas at� hoje. Problemas no osso do suporte do dente. Me deram soco, e o dente deslocou-se e apodreceu. Tomava de vez em quando Novalgina em gotas para passar a dor. S� mais tarde, quando voltei para SP, o Albernaz8 completou o servi�o com um soco, arrancando o dente.
8Albernaz |
Capit�o Alberto Albernaz, do DOI-Codi de S�o Paulo |
**Algumas caracter�sticas da tortura:
No in�cio n�o tinha rotina, n�o se distinguia se era dia ou noite. O interrogat�rio come�ava, geralmente o b�sico era choque. Come�ava assim: "Em 68, o que voc� estava fazendo?" E acabava no �ngelo Pezzuti e na fuga, ganhando intensidade com sess�es de pau-de-arara, o que a gente n�o aguenta muito tempo.
Ent�o, se o interrogat�rio � de longa dura��o, com interrogador experiente, ele te bota num pau-de-arara em alguns momentos e depois leva para o choque. Uma dor que n�o deixa rastro, s� te mina.
Muitas vezes tamb�m usava palmat�ria. Usava em mim muita palmat�ria. Em S�o Paulo, usaram pouco esse m�todo. No final, quando estava para ir embora, come�ou uma rotina. No in�cio n�o tinha hora, era de dia e de noite. Emagreci muito, pois n�o me alimentava direito.
Tinha muito esquema de torturas psicol�gicas, amea�as. Eles me interrogavam assim: "Me d� o contato da organiza��o com a pol�cia". Eles queriam o concreto. "Voc� fica aqui pensando. Daqui a pouco eu volto e vamos come�ar uma sess�o de tortura." A pior coisa � esperar por tortura.
Depois, as amea�as. "Eu vou esquecer a m�o em voc�. Voc� vai ficar deformada, e ningu�m vai te querer. Ningu�m sabe que voc� est� aqui. Voc� vai virar um presunto e ningu�m vai saber." Em S�o Paulo, me amea�aram de fuzilamento e fizeram a encena��o. Em Minas eu n�o lembro, pois os lugares se confundem um pouco.
9Delegado Fleury |
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S�rgio Paranhos Fleury, policial que comandou o Dops de S�o Paulo, perseguiu, torturou e matou v�rios militantes de esquerda, como Carlos Marighella. Morreu em em 1979 |
Para esse lugar em Minas Gerais voc� tinha o seguinte, uma caracter�stica que � marcante: todos os interrogat�rios n�o eram feitos por militares. Os militares acompanhavam. Em SP era diferente. Os militares interrogavam, e o Dops acompanhava. Em S�o Paulo chegou ao ponto de a Oban invadir o Dops. Durante um certo tempo, quem controlou a repress�o foi a PC, atrav�s do Dops. Na minha �poca, o Dops era muito forte, e os �rg�os militares se encaixavam subordinadamente. O delegado Fleury9 tinha um grande poder, que perdeu depois para os militares. Em Minas Gerais eles trabalhavam em conjunto. J� no Rio de Janeiro estava completamente alijada a PC, era Marinha, Ex�rcito e Aeron�utica.
Em Minas, o processo de subordina��o da PC pelo Ex�rcito n�o tinha se completado. Voltei para S�o Paulo em julho de 70. Fiquei em Juiz de Fora dois meses. Ao longo dos anos 70, ia e voltava na Oban. O repique. Eles tiravam a "teima" com a gente. Reviam processos. Funcionava como uma esp�cie de prova dos nove.
Muitas vezes a�, pelo menos lembro de uma vez, veio o pessoal de Minas Gerais me interrogar novamente. Eventualmente tinha amea�as, mas sempre tinha choques. A m�quina estava ali.
10Ant�nio Pereira Matos |
Militante da Organiza��o Colina |
O motivo do interrogat�rio foi o depoimento de uma pessoa de nome Ant�nio Pereira Matos10 (doc. 5, enviado pela requerente, folha 205) no qual alega que eu teria sido encarregada de ajudar os companheiros a expropriarem um carro. Pararam os mineiros de perguntar sobre o �ngelo e perguntaram sobre isso. E esses interrogat�rios tamb�m aconteceram no Rio pelo pessoal de Minas.
O Matos fez esse depoimento no Dops de Minas Gerais. At� ent�o, eu n�o tinha aparecido em nenhuma a��o armada. Eles passam a acreditar na minha participa��o em algumas expropria��es em bancos e de uma bomba no Sindicato dos Metal�rgicos. A suposi��o que estava por tr�s � que eu participei dessas a��es.
No processo em andamento na auditoria, era que eu n�o participava de grupos armados.
O porqu� dos interrogat�rios, tanto no Rio, no quartel da Pol�cia do Ex�rcito, feitos por mineiros, � que estavam interessados a me condenar a uma pena mais alta. Geralmente, quando era interrogada sobre isso, tinha cariocas e paulistas, mas os mineiros � que comandavam. Respondia sobre Deus e sua �poca.
11Terezinha |
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Terezinha de Jesus Zerbini, advogada e l�der feminista que ficou presa na mesma cela de Dilma |
12Maria Celeste Martins e Idoina de Souza Rangel |
Amigas de Dilma desde a juventude. Maria Celeste virou sua assessora na Casa Civil |
13Rosa Maria Cardoso da Cunha |
Advogada que defendeu Dilma e outros presos pol�ticos na ditadura. Hoje � membro da Comiss�o da Verdade, nomeada por Dilma |
14General Sylvio Frota |
Ministro do Ex�rcito, representante da linha-dura do regime, que acabou demitido pelo presidente Ernesto Geisel em outubro d e 1977 |
Dentro da Bar�o de Mesquita ningu�m via ningu�m. Havia um buraquinho na porta por onde se acendia cigarro. Na Oban as mulheres ficavam junto �s celas de tortura. Em Minas Gerais, sempre ficava sozinha, exceto quando fui a julgamento, quando fiquei com a Terezinha11. Uma bomba foi jogada na nossa cela. Na ida e na vinda, todas as mulheres presas no [Pres�dio] Tiradentes sabiam que estava presa. Uma por exemplo, Maria Celeste Martins e Idoina de Souza Rangel12, de S�o Paulo. Em Minas Gerais estava sozinha, n�o via gente, era parte integrante da tortura.
Mas a minha m�e me visitava �s vezes, por�m, n�o nos piores momentos. Minha m�e sabia que [eu] estava presa, mas eles n�o a deixavam me ver. Mas a doutora Rosa Maria Cardoso da Cunha13, advogada, me viu em SP logo ap�s a minha chegada em Minas. Hoje ela mora no Rio, posso contat�-la.
Em Minas Gerais fiquei s� com a Terezinha, � a hist�ria da bomba. Voltei em janeiro de 72 para Juiz de Fora. Nunca me levaram para Belo Horizonte. Quando voltei para o julgamento, me colocaram numa cela, na 4� Cia. de Pol�cia do Ex�rcito, 4� RM. L� apareceu outra vez o Dops, que me interrogava. Mas foi um interrogat�rio bem mais leve. Fiquei esperando o julgamento l� dentro.
Um dia a gente estava nessa cela, sem vidro. Um frio de c�o. Eis que entra uma bomba de g�s lacrimog�neo, pois estavam treinando l� fora. Eu e Terezinha ficamos queimadas nas mucosas e fomos para o hospital. Tive o "prazer" de conhecer o comandante, general Sylvio Frota14, que posteriormente me colocara na lista dos infiltrados do poder p�blico, me levando a perder emprego.
O general S�lvio Frota, em 77, colocou a mim e mais 96 funcion�rios p�blicos numa lista, tratando-os como perigosos, infiltrados na estrutura do governo brasileiro. Perdi meu emprego por causa dessa lista.
**O conflito regional e federal da repress�o.
Voc� militava em Estados. Tive participa��o pol�tica em tr�s Estados. Comecei em Minas, 90% da minha milit�ncia. No �ltimo ano, fiquei a metade no Rio e S�o Paulo. Mas investigada em tr�s Estados. Formava um processo em Minas Gerais, outro em S�o Paulo e outro no Rio de Janeiro.
Fui condenada nos tr�s Estados. No Rio de Janeiro levei um ano e um m�s por ter militado oito meses. Levei um ano em Minas por cinco anos de milit�ncia. Por que isso? Em S�o Paulo levei tr�s meses e o resto todo. No Rio idem e em Minas Gerais idem, cumulativamente.
Recorri sobre isso e ganhei em S�o Paulo. Mas fui condenada por Minas Gerais e Rio de Janeiro. E tive mais de dez anos de direitos pol�ticos cassados.
Acho que nenhum de n�s consegue explicar a sequela. A gente sempre vai ser diferente.
No caso espec�fico da �poca, acho que ajudou o fato de sermos mais novos. Agora, ser mais novo tem uma desvantagem. O impacto � muito grande. Mesmo que a gente consiga suportar a vida melhor quando se � jovem, fisicamente, mas a m�dio prazo, o efeito da gente � maior por sermos mais jovens. Quando se tem 20 anos, o efeito � mais profundo. No entanto, � mais f�cil aguentar no imediato.
Fiquei presa tr�s anos. O estresse � feroz, inimagin�vel. Descobri pela primeira vez que estava sozinha. Encarei a morte e a solid�o. Lembro-me do medo quando a minha pele tremeu. Tem um lado que marca a gente o resto da vida.
Quando eu tinha hemorragia, na primeira vez foi na Oban. Pegaram um cara que disseram ser do Corpo de Bombeiros. Foi uma hemorragia no �tero. Me deram uma inje��o e disseram para n�o bater naquele dia.
Em Minas Gerais, quando comecei a ter hemorragia, chamaram algu�m, que me deu comprimido e depois inje��o. Mas me davam choque el�trico e depois paravam. Acho que tem registro disso no final da minha pris�o, pois fiz um tratamento no Hospital das Cl�nicas.
As marcas da tortura sou eu, fazem parte de mim.
Eu pertencia �s seguintes organiza��es Colina, Polop, O... e VAR. A Polop deu Colina, VPR e POC.
Nada mais havendo a declarar, foi encerrado o depoimento."
**anota��es do escrevente
Livraria da Folha
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