A história de três universitárias que humilharam uma colega de sala por ela ter mais de 40 anos levantou um debate sobre o etarismo. O preconceito por idade atravessa o dia a dia de homens e sobretudo de mulheres, com comentários sobre os rostos, os corpos, o trabalho e a vida social.
Na imagem que circulou pelas redes sociais, as três jovens dizem que Patrícia Linares deveria se "desmatricular" do curso e, entre risadas, afirmam que ela deveria estar aposentada. Linares foi homenageada por colegas nesta terça (14).
O etarismo, também chamado de idadismo ou velhofobia, tem afetado pessoas cada vez mais cedo. Essa forma de preconceito, é, além de tudo, desconectada da realidade do país, que vive uma inversão na pirâmide etária. Segundo o IBGE, em 2030 o Brasil já terá mais idosos do que jovens com idade entre zero e 14 anos.
A antropóloga Mirian Goldenberg fala em um pânico de envelhecer no Brasil, agravado por elementos da cultura que supervalorizam os rostos e os corpos jovens. Ela é a entrevistada do Café da Manhã desta quarta-feira (15), que conta como o etarismo se manifesta e discute as diferenças desse preconceito entre homens e mulheres. Mirian Goldenberg, que também é colunista da Folha, analisa como o medo da velhice pode privar o Brasil de olhar com atenção para uma população cada vez mais velha.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelas jornalistas Gabriela Mayer e Magê Flores, com produção de Laila Mouallem e Carolina Moraes e edição de som de Raphael Concli.
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