Copo vazio
Para onde se olhe, a conclusão é uma só: a recessão no Brasil foi artificialmente construída a partir do início de 2014, quando Dilma se candidatou à reeleição. Foi o momento de inflexão de todos os indicadores financeiros e sociais do país, que, desde então, só fizeram piorar. O resultado dos panelaços e bandeiraços está aí, para todos vermos. Parafraseando Laura Carvalho, um brinde de "copo vazio" aos envolvidos.
Caetano Estellita Pessoa (São Paulo, SP)
Para a turma que define a economia desde Temer, "quanto pior, melhor". O colapso das contas públicas é argumento para a venda de ativos públicos. Se não há emprego, busca-se o barateamento da mão de obra via retirada de direitos e encargos trabalhistas. O PT cometeu muitos erros, mas não a ponto de causar a retomada econômica mais lenta da história.
Fabio Ferrite (Ribeirão Preto, SP)
Lava Jato
Sergio Moro está sendo frito por um bando enquistado no próprio governo e no Congresso. Uma pessoa com a sua capacidade não precisa se sujeitar a esses engravatados do alto escalão, que vivem a armar tramas. Só não entendo por que o ministro da Justiça continua aqui. Deveria fazer como tantos outros, pois não vale a pena sofrer esse tipo de humilhação. Ministro, faça as malas e mostre sua competência em países que irão valorizá-lo. O Brasil está na UTI.
Teresa Fernandez (Belo Horizonte, MG)
É chocante a quantidade de abusos cometidos pelos servidores do Ministério Público, Polícia Federal e Judiciário ("Delegada da PF ordenou grampo clandestino na Lava Jato, mas só agente foi punido"). E quem se ferra é quem se insurge contra o abuso. Há tempos, uma fiscal de trânsito foi presa por multar um juiz. Agora foi um agente que denunciou as falcatruas da chefe. Este país é um nojo.
Erison Mendonça (Inhumas, GO)
Jair Bolsonaro chamou Moro de "patrimônio nacional", mas bastará o juiz fazer o menor movimento no sentido de uma candidatura presidencial em 2022 que Bolsonaro o transformará rapidinho em inimigo nacional.
Sandro Oliveira de Carvalho (Curitiba, PR)
Feminismo
Muito bom o artigo de Mariliz Pereira Jorge de 29/8. Muita gente não consegue compreender o que é o feminismo. E parece que teremos que explicá-lo por longo tempo ainda.
Luiza Eluf, ex-secretária Nacional dos Direitos da Cidadania do Ministério da Justiça (São Paulo, SP)
Movimentos sociais
O promotor de Justiça Cassio R. Conserino ("Facetas do direito à moradia"), que, coautor de peça acusatória contra Lula, ficou célebre por confundir Hegel com Engels, usa aspas ao se referir aos movimentos sociais relacionados à moradia, num claro propósito de criminalizá-los. Constata o promotor que "essa mentalidade em que uns poucos ganham (...) tem de ser terminantemente extirpada do seio social". Estaria ele se insurgindo contra a especulação imobiliária que mantém centenas e centenas de prédios vazios na cidade?
Marcelo Pedro de Arruda, historiador (São Paulo, SP)
Future-se
Por ter estudado e debatido o projeto "Future-se", minha impressão é a de que há um óbvio interesse do governo federal em, ao se servir da conhecida tática do torniquete financeiro, livrar-se da universidade pública tal como a concebemos: um espaço de liberdade, de civilidade, do alargamento da fronteira da ciência, da filosofia, das artes, da ciência e da tecnologia. Para esses senhores, esse intolerável espaço de saber precisa ser detido em favor do criacionismo, do terraplanismo, da ignorância e da má-fé. Tirem as mãos da universidade pública. Nem o nazismo conseguiu derrotá-la.
Clarilton Ribas, professor titular aposentado de ciências sociais da UFSC (Florianópolis, SC)
Pecuária sem Amazônia
Embora eu defenda uma dieta vegetariana, respeito os que gostam de carne, desde que a preservação do ambiente e os direitos dos animais sejam também respeitados. E, sobretudo, que sejam respeitados os direitos dos indígenas e das demais populações que vivem nas florestas. Assim, confiando nos dados citados pelo empresário Sylvio Lazzarini em seu artigo "A pecuária não precisa da Amazônia" e em sua disposição de deixar "a Amazônia em paz", penso que a posição que defende seja, de fato, responsável e inspiradora.
Maria Cecilia Sá Porto (Embu das Artes, SP)
Aldemir Bendine
Na reportagem "STF vai definir se anulação de sentença de Moro terá efeito cascata na Lava Jato", consta que Edson Fachin decidiu remeter ao plenário do STF a discussão que levou à anulação da sentença contra Aldemir Bendine. A informação deixa a impressão de que a decisão tomada em relação a Bendine poderá ser revista. Na verdade, a decisão tomada pelo STF foi consumada e não poderá ser revista pelo plenário. Só casos futuros poderão ser discutidos.
Alberto Zacharias Toron, advogado de Aldemir Bendine (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Reynaldo Turollo - A reportagem é clara ao afirmar que o caso que vai ao plenário não é o de Aldemir Bendine, mas o de um outro ex-executivo da Petrobras.
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