Descrição de chapéu
Anderson Gomes, Kilma Cezar, Thiago Costa e Amanda Kruger

A ciência venceu

É como música para os ouvidos ver tanta gente interessada em ciência

Anderson Gomes

Diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, professor da UFPe e secretário-adjunto da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação

Kilma Cezar

Líder do projeto da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação no Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

Thiago Costa

Assessor técnico do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

Amanda Kruger

Assessora do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

A ciência, enfim, está cada vez mais próxima do lugar que merece. Os ingressos do último lote para a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), principal evento do setor no país, se esgotaram em 15 minutos contados no relógio. Em tempos de fake news, é muito significativa a vontade explícita do brasileiro de consumir ciência quase com a mesma empolgação de quem vai a um festival de música. Precisamos celebrar, com entusiasmo, essa conquista.

A corrida final foi para garantir vaga no encontro que vai reunir, ao todo, 1.800 pessoas no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília, onde acontecerão 50 debates e sete plenárias. Outras milhares de pessoas acompanharão o evento online.

Site da 5ª CNCTI
Site da 5ª CNCTI - Reprodução

Soa quase como música para os ouvidos, num país em que o desenvolvimento de C&TI é crucial, ter tanta gente interessada em debater extremos climáticos, transição energética, inteligência artificial, financiamento da ciência, presente e futuro das universidades públicas e políticas de apoio à inovação de empresas.

A quinta edição da CNCTI já deixa a marca de que surge com cada vez mais vigor um movimento de democratização e publicização do conhecimento. Uma pesquisa recente encomendada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) ao Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) já dava sinais de que há uma crescente e consistente contraforça ao negacionismo científico. Os dados mostraram que 60% dos brasileiros têm interesse pela ciência e 75% acreditam que os governantes devem seguir a orientação dos cientistas para resolver os problemas nacionais.

Nesta edição, a Conferência Nacional, que é um fórum para orientar políticas públicas, vai se dedicar justamente a questões urgentes e a abrir um grande diálogo nacional. Participarão do evento representantes de instituições de ensino, públicas e privadas, da sociedade civil, do setor empresarial, de organizações não governamentais, associações e entidades de classe.

O tema "Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido" desta conferência vai abordar eixos que irão estruturar a nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, a ser implementada até 2030. Entram na lista a recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação; a reindustrialização e apoio à inovação nas empresas; a discussão sobre programas e projetos estratégicos nacionais; e a ciência para o desenvolvimento social.

Na ocasião, serão propostas ações para o plano de C&TI dos próximos dez anos, com foco no conhecimento voltado para o desenvolvimento social e econômico. Antes de acontecer, a conferência foi precedida por mais de 200 encontros estratégicos e conferências regionais, estaduais e municipais. A ideia sempre foi descentralizar o debate e receber demandas espontâneas da sociedade.

Um país em que a sociedade se une em prol da educação e da ciência larga mais confiante rumo a um futuro ainda tão desafiador. Há muitas perguntas e dúvidas no ar, mas temos hoje a certeza de que as respostas virão de um conhecimento desfrutado, compartilhado, reconhecido e valorizado por todos.

TENDÊNCIAS / DEBATES
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