Terá início nesta quinta (11), na Índia, o maior exercício democrático jamais visto no planeta. Cerca de 900 milhões de pessoas —de uma população de 1,3 bilhão— poderão votar ao longo de quase 40 dias para renovar o Parlamento e, assim, encaminhar a escolha do novo primeiro-ministro do país.
O dilatado prazo do pleito, dividido em sete fases, é fruto dos imensos desafios logísticos da operação. Os eleitores falam 22 línguas oficiais e centenas de dialetos; estão espalhados por um território que compreende de vilarejos nos pés do Himalaia a megalópoles, passando por arquipélagos e comunidades tribais sem eletricidade.
Uma peculiaridade da legislação indiana adiciona ainda mais complexidade ao processo. Nenhum cidadão deve se deslocar mais do que 2 km para votar —e isso no país com a sétima maior área do mundo. Para dar conta desse cenário, serão utilizadas 800 mil urnas eletrônicas e 11 milhões de funcionários e agentes de segurança.
As pesquisas dão ligeira maioria à coalizão liderada pelo BJP, partido do premiê Narendra Modi. Segundo as sondagens, ela deverá conquistar 273 dos 543 assentos em disputa —apenas um a mais do que o necessário para governar.
Se confirmado, o resultado ficará muito aquém do colhido em 2014, quando o grupo de Modi preponderou com mais de 330 cadeiras. O partido do Congresso, principal oponente do BJP, deverá dobrar de tamanho e alcançar 141 vagas.
Premido pela alta do desemprego e pela desaceleração da economia, o primeiro-ministro viu seu apoio popular crescer nas últimas semanas após o ataque de uma facção terrorista baseada no Paquistão matar 40 militares indianos.
O atentado, ocorrido na Caxemira, região fronteiriça entre os dois países, desencadeou agressões mútuas entre as potências nucleares, produziu uma onda de nacionalismo e inseriu a segurança nacional entre os temas de campanha.
Outro dentre eles é a disseminação de propaganda, incluindo difamação e notícias falsas, por meio de redes sociais e serviços de mensagens, como ocorreu em processos eleitorais de grandes democracias como EUA, Brasil e México.
Segundo o WhatsApp, as campanhas violam as regras da plataforma ao usar sistemas automatizados para fazer disparos em massa de mensagens. A prática ganha nova escala no ciclópico pleito indiano.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.