A casa é iluminada por velas e varais de lâmpada incandescente, até porque todo mundo sabe que luz branca é a morte do romance. Tem plantas a rodo, inclusive uma árvore que brota do salão e vaza pelo teto.
Por algumas horas, dá até para esquecer que se está a metros do fuzuê boêmio de Pinheiros e de edifícios como o Miami Top.
O ambiente sedutor é o trunfo do Chou na escolha como melhor restaurante para ir a dois. Claro que ajuda o cardápio assinado pela chef Gabriela Barretto, responsável ainda por outro pinheirense, o Futuro Refeitório.
Bem, bater uma feijoada ou algo do gênero não é exatamente uma boa pedida para todo mundo que espera alguma coisa de um sábado à noite, ou o dia da semana que mais convir. As entradas apetitosas, descritas como "pequenas porções para partilhar no meio da mesa", são uma opção sensata para não sobrecarregar o estômago.
Afinal, cogumelos portobello com salsa de avelã e queijo tipo grana, ou lula com harissa, alho, vinho branco e manteiga, soam bem mais românticos do que cebola empanada dividida numa ruidosa rede de fast food. Mesmo que nem sempre se conheça o ingrediente. (Harissa, aliás, é uma mistura de temperos típica da Tunísia. De nada.)
Há ainda pratos saborosos, como polvo na chapa com páprica espanhola e limão, e bebidas para descontrair o encontro e desenganar a conta bancária. Vinhos começam a R$ 123 —o mais caro, o francês Chef de Sol Blanc, sai por R$ 394. Os drinques autorais incluem o pacifist (vodca, maracujá e calda de baunilha, que, frisa-se, é "verdadeira") e o tiê-sangue (rum, xerez, goiaba e licor de laranja).
O espaço acomoda mesas também num quintal a céu aberto, que seria mais comovente se o barulho de uma persiana abrindo no prédio colado ao restaurante não distraísse os enamorados.
Chou
R. Mateus Grou, 345, Pinheiros, região oeste, tel. (11) 3083-6998, @restaurantechou
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