Um correspondente que mora na Espanha tem a oportunidade de escrever sobre os últimos acontecimentos da política ou da economia em diversos países. De lambuja, ganha o privilégio de conhecer bares em toda a União Europeia.
Em Madri, por exemplo, todo mundo pede "una caña", mas isso não quer dizer caninha, nossa cachaça, e sim um chope pequeno, ao estilo do garotinho carioca.
No verão espanhol de 35ºC, opta-se pelo "tinto de verano", que é uma sangria mais simples: copo alto, muito gelo, vinho até a metade, água com gás no resto e meio limão espremido. Alguns bares trocam a água com gás e o limão pelo refrigerante de soda limonada. Mas o resultado é doce demais.
Outra beleza dos bares espanhóis são as tapas servidas a cada drinque. Ainda que a crise tenha colocado muita batata chips e azeitona nas mesas, muitos mandam um canapé de peixe em conserva ou pedaços
de tortilha. E, nas mesas que ficam fora do salão fechado, fuma-se a valer.
Mas chega de Espanha. Há bares para se conhecer em Praga (canecões de Pilsen), Turquia (com os melhores kebabs), Milão (spritz ao sol), Berlim (leve dinheiro; os noturnos não aceitam cartão), Paris (vinho nacional barato com mini steak tartares), Londres (pints e mais pints de Guinness) e Bruxelas (não é onde estão as melhores cervejas do mundo?).
Mesmo com todos esses encantos, um paulistano sempre vai sentir falta dos botecos de rua da nossa capital.
Tomar cerveja de garrafa em copo americano auxiliado por porções de torresmo carnudo é uma prática que está no DNA de São Paulo. E isso, até agora, a globalização falhou em exportar
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