Descrição de chapéu Governo Lula Governo Milei

Milei tem mau gosto, mas suas falas não afetam relação com Brasil, diz Alckmin

Argentino esteve em SC para participar de evento conservador, encontrou Bolsonaro e ignorou protocolos diplomáticos

Brasília

O presidente brasileiro em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), disse nesta terça-feira (9) que o líder argentino Javier Milei tem mau gosto, mas que isso não afeta relações comerciais entre Brasília e Buenos Aires.

Milei esteve no Brasil pela primeira vez no final de semana. Em vez de realizar uma visita de Estado e encontrar autoridades do governo brasileiro, porém, participou da Cpac, conferência conservadora realizada em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, onde se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Não afeta [comércio entre Argentina e Brasil]. São relações de Estado. O mau gosto do Milei é assunto dele. Temos que fortalecer as relações de Estado", disse Alckmin.

Miguel Schincariol-27.3.2024/AFP
Geraldo Alckmin discursa em fórum econômico Brasil-França, na Fiesp, em março. - MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

A declaração de Alckmin foi dada a jornalistas após a abertura do Transformar Juntos 2024, evento do Sebrae. Ele atua como presidente em exercício até o final desta terça, quando Lula retorna de viagem feita à Bolívia e ao Paraguai.

A quinta edição da Cpac Brasil consolidou a aliança do bolsonarismo com movimentos mundiais da direita radical. Milei irritou o governo brasileiro ao vir ao país em caráter não oficial, ignorando os protocolos diplomáticos.

Em seu discurso no evento, o ultraliberal poupou Lula de críticas e optou por uma fala mais contida, discorrendo sobre os males do socialismo. De maneira sintomática, ficou impávido quando a multidão entoou o grito de "Lula ladrão, seu lugar é na prisão".

A única referência mais direta ao Brasil foi feita de passagem. Em determinado momento, citou "a perseguição judicial que sofre nosso amigo Jair Bolsonaro aqui", em referência aos processos contra o ex-presidente. Para a diplomacia brasileira, que vinha prometendo reagir a provocações, o tom burocrático do argentino foi um alívio.

Antes de assumir a Casa Rosada, Milei chamou Lula de corrupto e de comunista e disse que não teria relações com o petista. Lula, por sua vez, manifestou apoio a quem enfrentava o ultraliberal nas ruas, o ex-ministro da Economia Sergio Massa, peronista.

A troca de farpas tinha escalado nas últimas semanas, quando eles voltaram a manifestar que não havia chance de uma reunião entre os dois ainda que os chanceleres dos dois países mantenham bom contato. Lula disse que Milei deveria pedir desculpas a ele, o que o argentino se recusou a fazer.

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