Descrição de chapéu Eslováquia ataque a tiros

Premiê da Eslováquia diz que perdoa atirador que o feriu, mas o chama de 'mensageiro do ódio'

Em mensagem no Facebook, Robert Fico acusa seus opositores de criar clima que culminou em atentado contra ele

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Bratislava (Eslováquia) | AFP

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, culpou nesta quarta-feira (5) seus opositores políticos por terem criado um "clima de ódio" que, segundo ele, inspirou o suspeito que tentou assassiná-lo semanas atrás.

"Não foi um atentado cometido por um louco", declarou Fico, 59, em vídeo publicado em sua página do Facebook, durante seus primeiros comentários púiblicos desde que foi ferido com vários tiros em 15 de maio, enquanto cumprimentava um grupo de apoiadores.

O político, à frente de um governo que mostrou proximidade com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, acrescentou que seu agressor "era apenas o mensageiro do mal e do ódio político que a oposição, frustrada e sem sucesso na política, impulsionou na Eslováquia".

Um homem sentado confortavelmente em uma cadeira de escritório, parece estar em meio a uma conversa séria ou reflexão. Ele veste uma camisa de botões com um padrão discreto e tem uma expressão pensativa. O ambiente sugere um espaço de trabalho formal, com cortinas vermelhas ao fundo que adicionam um toque de cor ao cenário.
O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, em sua casa, na Bratislava, dirige-se à nação pela primeira vez após o tiroteio, dias antes das eleições parlamentares da União Europeia - @RobertFico no Facebook - 5.jun.24/Reuters

A tentativa de assassinato, que aconteceu após uma reunião do governo em Handlova, centro da Eslováquia, causou grande comoção no país de 5,4 milhões de habitantes, membro da União Europeia e da Otan, que vive sob forte divisão política há anos.

O político ficou gravemente ferido, mas afirmou em sua mensagem no Facebook que perdoava o agressor que atirou nele quatro vezes. Ele também anunciou que estava pronto para retomar gradualmente suas funções no fim deste mês. "Se tudo correr conforme o planejado, eu poderia voltar gradualmente ao trabalho entre junho e julho."

"Não sinto ódio pelo desconhecido que atirou em mim", disse. "Eu o perdoo e deixo que ele resolva o que fez e por que o fez em sua própria cabeça", acrescentou. Fico também afirmou que não vai tomar medidas legais contra seu agressor nem pedir indenização.

O premiê, que foi submetido a duas cirurgias, deixou o hospital em 31 de maio e, desde então, está em recuperação em sua casa na Bratislava, a capital eslovaca.

O suspeito do ataque, identificado pela mídia do país como Juraj Cintula, um poeta de 71 anos, foi acusado de tentativa de assassinato com premeditação e colocado em prisão preventiva.

Segundo o depoimento à Justiça, o agressor afirmou ter atirado em Fico por divergências com a política do governo em relação à Ucrânia.

A imagem captura um grupo de indivíduos, seguranças, escoltando uma pessoa com urgência em direção a um veículo preto estacionado. A cena transmite uma atmosfera de pressa e possível perigo, sugerindo que a pessoa sendo escoltada pode ser uma figura de importância que requer proteção imediata.
Seguranças carregam o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico (no centro), que tinha acabado de ser baleado - RTVS - 15.mai.24/AFP

Fico, advogado e um político veterano, é um antigo militante comunista que surfou em diferentes correntes políticas para, agora, comandar um governo considerado aliado à ultradireita e pró-Rússia por opositores.

Ele esteve à frente do governo em dois mandatos (entre 2006 e 2010 e entre 2012 e 2018) e reassumiu o cargo depois que seu partido populista de centro, o Smer-SD, venceu as eleições gerais em outubro do ano passado.

Fico conquistou este novo mandato após fazer campanha sobre propostas de paz entre Rússia e Ucrânia e após prometer uma cessação do envio de ajuda militar a Kiev, o que cumpriu após ser eleito.

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