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Trump apaga vídeo com manchete fictícia de jornal sobre o 'Reich unificado'

Post apresentava imagens de hipotéticos artigos que faziam apologia de linguagem vinculada ao nazismo

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Chris Cameron
The New York Times

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump publicou um vídeo na última segunda-feira (20) com imagens de hipotéticos artigos de jornal comemorando uma vitória dele em 2024 e fazendo referência à "criação de um Reich unificado" sob o título "O que vem a seguir para os Estados Unidos?". O vídeo foi deletado na manhã desta terça-feira (21).

A equipe de Trump, por meio de um comunicado, afirmou que o material havia sido postado por um membro da equipe enquanto Trump estava na sessão do julgamento contra ele em curso num tribunal de Nova York.

Ex-presidente dos EUA Donald Trump marca presença em seu julgamento no Tribunal Criminal de Manhattan, em Nova York - Michael M. Santiago/Pool - 21.mai.24/Reuters

Postado no Truth Social, rede social fundada por Trump em 2022, o vídeo de 30 segundos apresentava artigos diagramados com o estilo de jornais do início do século 20. Aparentemente, foram reciclados textos de notícias sobre a Primeira Guerra Mundial, incluindo referências à "força industrial alemã" e "paz através da força". Um artigo no vídeo afirma que Trump deportaria 15 milhões de migrantes em um segundo mandato.

A equipe de Biden acusou Trump de reproduzir a Alemanha nazista ao publicar o vídeo, dizendo em uma declaração nas mídias sociais que o post estava "prenunciando um segundo mandato de Trump".

O termo "Reich" (império, em alemão) é frequentemente associado ao regime nazista de Adolf Hitler, que estabeleceu o que chamou de "Terceiro Reich". A frase referente à "criação de um Reich unificado" é usada três vezes no vídeo. Numa delas, a referência parece ser ao Segundo Reich (1871-1918), extinto com a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial. "A força industrial alemã aumentou significativamente após 1871, impulsionada pela criação de um Reich unificado", diz a gravação.

Trump também tem sido criticado em sua campanha por fazer eco à linguagem de líderes autoritários do passado, desumanizando seus oponentes políticos como "vermes" e prometendo que não seria um ditador, "exceto no primeiro dia".

"Esse não foi um vídeo de campanha, foi criado por uma conta aleatória e repostado por um funcionário que claramente não viu a palavra, enquanto o presidente estava no tribunal", disse Karoline Leavitt, porta-voz da campanha, em um comunicado. "O verdadeiro extremista é Joe Biden."

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