O Conselho de Educação da Flórida aprovou nesta quarta (18) uma lei que impede todos os professores de escolas públicas de debaterem assuntos relacionados a identidade de gênero e orientação sexual.
A medida é uma ampliação de uma lei instituída pelo Senado estadual no ano passado e apelidada por críticos de "Don't Say Gay" (não diga gay). Mas se antes a proibição era limitada a turmas do 1º ao 6º ano do ensino fundamental, agora ela vale para todas as séries, incluindo aquelas do ensino médio.
As exceções à regra são os debates em torno desses tópicos que forem requeridos pelo currículo de ensino estadual —o que não é o caso hoje, segundo o jornal Washington Post. Ou caso eles integrem aulas de educação sexual, que os pais podem decidir se seus filhos vão frequentá-las ou não. Professores que desobedecerem à lei podem ser suspensos ou ter suas licenças para dar aulas revogadas.
A medida, aprovada de forma unânime, não precisa passar pelo Legislativo para entrar em vigor e integra a cruzada cultural do governador do estado, Ron DeSantis —que muitos apontam como o próximo candidato do Partido Republicano à Presidência dos EUA, ainda que ele não tenha entrado oficialmente na disputa.
Defensores da legislação argumentam que são os pais, não os professores, que devem discutir quando e como abordar com seus filhos o que chamam pejorativamente de "ideologia de gênero".
DeSantis não se pronunciou sobre a ampliação da lei nesta quarta-feira. Depois da aprovação da regra original, no ano passado, o governador disse à agência de notícias AFP que ela tinha como função "permitir que pais criem seus filhos e tenham voz e voto sobre o que acontece com eles", empoderando-os.
Já os críticos da medida —um grupo que inclui o presidente dos EUA, Joe Biden— argumentam que ela é discriminatória. Sua aprovação pelo Conselho de Educação da Flórida atraiu protestos imediatos de especialistas, que afirmam que ela só confunde educadores e causa danos a estudantes LGBTQIA+.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.