Coreia do Norte acusa Ucrânia de querer ter armas nucleares

Declaração é baseada em petição online que pede que Kiev possua armamentos

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Belo Horizonte

A Coreia do Norte acusou a Ucrânia, neste sábado (1º), de querer ter armas nucleares. A declaração veio de Kim Yo-jong, irmã do ditador norte-coreano, Kim Jong-un.

Ela comentava uma petição pública enviada ao gabinete presidencial ucraniano na quinta-feira (30), na qual pede-se que o país europeu estacione armas nucleares em seu território. Segundo ela, a petição pode ser uma conspiração política do governo do presidente Volodimir Zelenski –ela não apresentou nenhuma evidência.

Kim Yo Jong, irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, discursa na Reunião Geral Nacional de Prevenção de Emergências, em Pyongyang
Kim Yo-jong, irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, discursa na Reunião Geral Nacional de Prevenção de Emergências, em Pyongyang - Agência Central de Notícias da Coreia do Norte - 10.ago.22/AFP

Até a tarde deste sábado, o documento havia sido assinado por 611 pessoas; número bem menor do que os 25 mil necessários para uma resposta de Zelenski. Kiev ainda não comentou o assunto.

A proposta foi criada após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciar que seu país vai estacionar armas nucleares táticas na Belarus. O líder russo argumentou que a medida não violaria os acordos de não proliferação nuclear e que os EUA também posicionaram armas nucleares no território de aliados europeus.

De acordo com as informações disponíveis até aqui, Moscou terá concluído a construção de uma instalação de armazenamento de armas nucleares táticas na Belarus até 1º de julho. Putin ressaltou que a Rússia não vai transferir o controle das armas para Minsk.

Pyongyang vem aproveitando o isolamento de Moscou no Ocidente para se aproximar do Kremlin. A nação asiática reconheceu a anexação ilegítima de partes da Ucrânia por parte de Moscou e apoiou a Rússia nas resoluções da ONU que condenavam a invasão da Ucrânia

Ainda neste sábado, o chefe de gabinete de Zelenski criticou o fato de a Rússia assumir a presidência rotativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas. "Não é apenas uma pena. É outro golpe simbólico no sistema de relações internacionais baseado em regras", escreveu Andrii Iermak no Twitter.

A Rússia assumiu a presidência do principal órgão de segurança da ONU neste sábado –a cada mês um país comanda o conselho. A última vez que Moscou ocupou o cargo foi em fevereiro de 2022, justamente durante o início da invasão da Ucrânia.

O Kremlin disse na sexta-feira (31) que planeja "exercer todos os seus direitos" no cargo. Já os Estados Unidos exortaram a Rússia um dia antes a "se comportar profissionalmente". Washington esclareceu que não haveria como impedir Moscou de assumir o posto.

Na linha de frente da guerra, o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Choigu, prometeu aumentar o fornecimento de munições para seus soldados durante uma visita ao quartel-general das tropas russas que lutam no país.

"O volume de suprimentos das munições mais demandadas foi determinado. As medidas necessárias estão sendo tomadas para aumentá-los", disse Choigu a militares, segundo um vídeo publicado no Telegram pelo ministério.

Nos últimos meses, o ministro sofreu duras críticas de defensores da invasão, incluindo Ievguêni Prigojin, chefe do grupo de mercenários Wagner. Eles o acusam de não fornecer munição suficiente para as tropas na linha de frente.

Com Reuters 

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