O homem acusado de enviar cartas-bomba a prédios públicos na Espanha no final de 2022, com a embaixada da Ucrânia e o premiê da Espanha, Pedro Sánchez, como alvos, foi preso nesta quarta (25).
O suspeito é um aposentado de 74 anos, de nacionalidade espanhola, que só teve divulgadas suas iniciais —P.G.P. Ele foi detido em Miranda de Ebro, no norte do país, de acordo com nota do Ministério do Interior.
"A operação [...] continua em aberto, e buscas estão sendo feitas na casa do detido", afirmou a pasta, que acrescentou que o idoso é adepto de novas tecnologias e bastante ativo nas redes sociais.
Ele teria remetido explosivos para ao menos seis destinatários —os outros quatro foram a embaixada dos EUA em Madri, a sede do Ministério da Defesa, uma fábrica de armamentos que produzia lançadores de granadas enviados à Ucrânia e uma base militar de onde saíam voos para o país invadido pela Rússia.
Todos os envelopes foram enviados de dentro da Espanha, e, embora as evidências indiquem que o suspeito tenha fabricado e remetido os explosivos de forma autônoma, a polícia federal não descarta a participação ou influência de outros no processo. "Estamos trabalhando com todas as possibilidades", afirmou o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska.
Exceto no caso da embaixada ucraniana —em que a explosão do pacote feriu superficialmente um guarda—, todos os demais envelopes foram interceptados por equipes de segurança antes de chegarem a seus destinatários. A Justiça espanhola abriu uma investigação por um possível crime de terrorismo.
À época dos ocorridos, o jornal The New York Times afirmou que os serviços de inteligência dos EUA e de países europeus suspeitavam que o Movimento Imperial Russo (MIR) estivesse por trás das ações.
O grupo paramilitar ultranacionalista fundado em 2002 teria agido por ordem do serviço de inteligência militar russo (GRU) —o objetivo seria testar a capacidade de ação de grupos semelhantes no caso de uma escalada do conflito. Questionado pela AFP, o Ministério do Interior se recusou a comentar a informação.
À época, a embaixada da Rússia na Espanha se limitou a divulgar um post no Twitter em que afirmava que "qualquer ameaça ou ato terrorista, em especial dirigidos a uma missão diplomática, são condenáveis".
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