Premiê do Camboja fã de relógios de US$ 1 mi dará itens de luxo a líderes em cúpula

Biden viajará à reunião; exemplares foram feitos sob encomenda em relojoaria do país

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Phnom Penh (Camboja) | Reuters

Fã de relógios de luxo, o premiê do Camboja, Hun Sen, dará a líderes mundiais que viajam nesta semana para uma cúpula na capital Phnom Penh exemplares sofisticados feitos sob encomenda no país.

Imagens no perfil do primeiro-ministro no Facebook mostram os relógios, com pulseira de couro e em uma caixa marrom adornada com o nome da reunião. "Estes relógios foram montados por técnicos cambojanos e fazem parte do desenvolvimento da ciência e da tecnologia do Camboja", escreveu Sen.

Joe Biden, presidente dos EUA, está entre os líderes que estarão na cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), iniciada na última quinta-feira (3). Além dele, participam os chefes de governos de membros do bloco, como Vietnã, Singapura, Malásia, Filipinas e Tailândia.

Um vídeo mostrou as elaboradas engrenagens do relógio, detalhadas com os escritos "turbilhão" e "25 joias", além da assinatura do relojoeiro cambojano Prince Horology. O valor dos itens não foi informado.

Há 37 anos no cargo —atualmente o segundo líder a mais tempo no posto no mundo, só atrás do premiê de Brunei—, Sen entrou na mira do escrutínio público nos últimos anos após ser fotografado com relógios raros. Alguns dos modelos são desenvolvidos por Patek Philippe e Richard Mille e chegam a valer US$ 1 milhão cada um, contrastando com a pobreza vivida por grande parte da população cambojana.

Hun Sen, premiê do Camboja, discursa na abertura da 55ª cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático, sediada na capital Phnom Penh - Tang Chhin Sothy - 3.ago.22/AFP

O governo não respondeu aos pedidos de informação da agência de notícias Reuters sobre os relógios. Enquanto alguns cambojanos criticaram a extravagância dos mimos, outros elogiaram a ambição em promover a relojoaria do país —a primeira escola do setor abriu em 2019 com especialistas da Suíça.

O empresário Ramaneth Heur, por exemplo, diz que os itens representam a nação. "Os presentes mostram que os cambojanos são capazes de fazer relógios de luxo e de entrar no cenário mundial da relojoaria." Sok Eysan, porta-voz do partido do premiê, disse não haver "nada de político ou estranho" nos souvenirs.

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