Descrição de chapéu Partido Republicano

Metade dos republicanos rejeita Trump como candidato em 2024, diz pesquisa

NYT mostra que ex-presidente ainda é favorito do partido, à frente de DeSantis; Biden vai mal entre democratas

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São Paulo

Pesquisa divulgada pelo jornal The New York Times nesta terça-feira (12) indica que o ex-presidente Donald Trump não é propriamente uma unanimidade entre os republicanos —64% dos eleitores do partido com menos de 35 anos e 65% dos que têm diploma universitário afirmaram que votariam contra ele nas primárias para definir o candidato presidencial da legenda em 2024.

Ainda assim, Trump mantém certa primazia. Em uma concorrência hipotética contra cinco rivais, 49% dos entrevistados o apoiariam para a disputa, segundo a pesquisa feita em parceria com o Siena College. Mas, sob o ângulo do copo vazio, os números indicam a perda do apoio de metade dos eleitores do partido.

Comício de Trump no Alaska em prol do Partido Republicano - Patrick T. Fallon - 9.jul.22/AFP

A perda de prestígio parece ter sido causada pela postura de Trump de rejeitar o resultado das eleições de 2020 sob a alegação de fraudes nunca comprovadas e pela invasão de seus apoiadores ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. Enquanto 75% dos eleitores afirmaram que o ex-presidente estava "apenas exercendo seu direito de contestar a eleição", quase um em cada cinco disse que ele "foi tão longe a ponto de ameaçar a democracia americana".

A maior ameaça a Trump no partido é o governador da Flórida, Ron DeSantis, indicado por 25% dos eleitores. Ele é o preferido dos republicanos mais jovens, entre os que têm diploma universitário e aqueles que disseram ter votado no democrata Joe Biden em 2020.

Em terceiro lugar, bem atrás de DeSantis, estão o senador pelo Texas Ted Cruz, com apenas 7% das intenções de voto nas primárias, e Mike Pence, ex-vice de Trump, com 6%.

Entre aqueles que votaram em Trump em 2020, 44% disseram ter uma opinião muito favorável a DeSantis —46% afirmaram o mesmo sobre o ex-presidente.

Trump não necessariamente entraria nas primárias com uma vantagem insuperável, indica a pesquisa. A porcentagem do eleitorado republicano que o apoia é menor do que a de Hillary Clinton entre democratas no início da corrida de 2016, quando ela era vista como a favorita incontornável, mas mesmo assim enfrentou uma competição longa nas primárias contra o senador Bernie Sanders.

A pesquisa sugere ainda que os temores republicanos sobre uma candidatura de Trump podem ter fundamento: ele ficou atrás do presidente Joe Biden (44% a 41%) na pergunta sobre uma hipotética revanche da disputa de 2020 —apesar da queda do apoio ao atual presidente.

Foram entrevistados por telefone 849 eleitores americanos em todo o país, entre 5 e 7 de julho. A margem de erro é de 4,1 pontos.

No dia anterior, a mesma pesquisa mostrou os baixos níveis de aprovação de Biden. Entre eleitores do Partido Democrata, só 26% dizem desejar ver o presidente concorrendo à reeleição em 2024, enquanto outros 64% afirmam esperar que a legenda tenha outro nome na disputa. Biden, 79, já disse que pretende buscar um segundo mandato.

A crise de imagem se reflete em uma sensação de pessimismo, com só 13% das pessoas dizendo ver o país no rumo certo. O número é o mais baixo na série do NYT desde 2008, época do auge da crise financeira global, no final da gestão de George W. Bush. E o sentimento é generalizado, quando se analisam os recortes por região do país, idade, cor da pele e preferência partidária.

A taxa de aprovação de seu mandato chegou a apenas 33% —a média dos levantamentos nacionais na semana passada era de 38,9%, a menor desde o início da gestão.

Trump tem passado por uma fritura durante as audiências públicas que trazem à tona o resultado de investigações sobre a invasão do Capitólio. O resultado de quase um ano de apuração vem sendo exposto em sessões conduzidas por uma comissão bipartidária da Câmara. Até agora, foram seis encontros, sendo o mais explosivo o que teve o depoimento de Cassidy Hutchinson, no final de junho.

De acordo com a ex-assessora da Casa Branca, Trump sabia que seus apoiadores estavam armados e poderiam se tornar violentos no dia da invasão, mas mesmo assim quis retirar medidas de segurança​, como os detectores de metal que impediriam a entrada no prédio com armas.

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