O advogado brasileiro Fernando Lottenberg será o primeiro comissário da Organização dos Estados Americanos (OEA) para monitoramento e combate ao antissemitismo.
O posto, recém-criado na instituição, já existe na União Europeia e em países como Canadá e Estados Unidos e terá como principal atribuição o enfrentamento da discriminação e do ódio.
“O principal desafio é conscientizar os países de que o antissemitismo não é um problema apenas das comunidades judaicas, mas das sociedades que fazem parte do continente; é uma questão ligada à defesa da democracia e dos direitos humanos”, diz Lottenberg.
O advogado já foi presidente da Confederação Israelita do Brasil, que congrega comunidades judaicas do país, e atualmente é membro do Conselho de Curadores do Instituto de Assuntos Latino-Americanos e Latinos do Comitê Judaico Americano.
Segundo ele, a criação do cargo é uma “sinalização de que o assunto está ganhando uma proporção preocupante e merece atenção especial”.
Lottenberg lembra que, no Brasil, o ensino do Holocausto já está incluído na base nacional comum curricular, o que deve ser adotado por outros países da região.
“Estamos pleiteando a filiação à Associação Internacional da Recordação do Holocausto, cuja definição de antissemitismo vem sendo adotada por vários países e instituições”, diz o advogado. “Devemos também combater manifestações neonazistas, cujo número tem aumentado no Brasil.”
A OEA é um grupo que reúne 35 Estados das Américas com o objetivo de promover a democracia, os direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento, além de ser um organismo facilitador do diálogo pelo fim de crises institucionais. Seu secretário-geral é o uruguaio Luis Almagro.
Em nota, Almagro reforçou que uma das principais funções do advogado brasileiro será promover a implementação na região da definição de antissemitismo defendida pela Associação da Recordação do Holocausto. "O prestígio e a trajetória [de Lottenberg] indicam que ele realizará suas tarefas com êxito."
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