A Coreia do Norte anunciou neste domingo (12) a realização de testes bem-sucedidos de um novo míssil de cruzeiro de longo alcance, afirmou a agência de notícias estatal do país, a KCNA, em meio a um longo impasse com os Estados Unidos sobre desnuclearização.
Nos testes feitos entre sábado (11) e domingo, os mísseis voaram 1.500 km antes de atingirem seus alvos e caírem nas águas territoriais do país, ainda de acordo com a KCNA.
Em março, a Coreia do Norte já havia lançado um novo míssil balístico tático de curto alcance.
Antes, em janeiro, um teste de cruzeiro foi realizado horas depois de o presidente dos EUA, Joe Biden, tomar posse. O ensaio deste fim de semana mostra que o país está constantemente desenvolvendo novas armas, em meio à paralisação, em 2019, das negociações com Washington para desmantelar os programas nucleares e de mísseis balísticos em troca do fim de sanções econômicas.
A divulgação do teste acontece um dia antes de os principais negociadores nucleares de EUA, Coreia do Sul e Japão se reunirem em Tóquio para discutir maneiras de romper o impasse com a Coreia do Norte.
Desenvolvida ao longo do último biênio, a nova arma é elemento-chave de um plano de cinco anos estabelecido em janeiro para desenvolver as tecnologias militares do país, segundo a imprensa estatal. A ideia é ter "outro meio de dissuasão eficaz para garantir de forma mais confiável a segurança do Estado e conter de maneira firme as manobras militares de forças hostis", afirmou a KCNA.
Sem a presença do líder norte-coreano, Kim Jong-un, os ensaios foram supervisionados por Pak Jong Chon, membro do poderoso politburo do Partido dos Trabalhadores da Coreia.
Um dos países mais fechados do mundo, a Coreia do Norte acusa os EUA e a Coreia do Sul de fazerem "política hostil" em relação a Pyongyang. O governo de Biden, por outro lado, diz estar aberto à diplomacia para conseguir a desnuclearização do país asiático, com esforços públicos para abrandar as sanções.
Sung Kim, enviado dos EUA para a Coreia do Norte, disse em agosto em Seul que estava pronto para se reunir com autoridades norte-coreanas "em qualquer lugar, a qualquer hora". A reativação da linha direta entre as partes Norte e Sul da península em julho aumentou as esperanças de um recomeço das negociações, mas Pyongyang parou de atender às chamadas anuais da Coreia do Sul e dos EUA.
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