Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (20) um acordo para que 12 países, na Europa, no Oriente Médio e na Ásia Central, auxiliem na retirada de americanos e afegãos de Cabul, recebendo voos e abrigando temporariamente essas pessoas.
A informação havia sido antecipada à agência Reuters por autoridades americanas, que disseram que a base do país no Qatar atingiu a capacidade máxima. No final da tarde, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, confirmou a lista das nações parceiras.
Alemanha, Bahrein, Cazaquistão, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Itália, Kuwait, Reino Unido, Qatar, Tadjiquistão, Turquia e Uzbequistão já estão recebendo ou passarão a receber americanos e afegãos retirados pelos EUA em trânsito.
Os EUA estão organizando a retirada de milhares de pessoas de Cabul à medida que aumentam os relatos de represálias do Talibã contra afegãos que trabalharam com as forças americanas. O grupo fundamentalista islâmico retomou o poder no último fim de semana, forçando nações ocidentais a repatriar cidadãos.
Nesta sexta, porém, segundo os americanos, diversos voos de desocupação não puderam decolar de Cabul durante várias horas, porque eles não tinham onde abrigar os refugiados. A base aérea de Al Udeid, no Qatar, que pertence ao Comando Central dos EUA, já abriga 8.000 expatriados afegãos.
Washington está mobilizando esforços para tirar as pessoas antes de 31 de agosto, prazo para as Forças do país deixarem o Afeganistão. O presidente Joe Biden, no início da semana lavou as mãos sobre a situação no país e depois admitiu que as tropas que fornecem segurança para a evacuação poderiam ficar mais tempo, se necessário. Nesta sexta, afirmou que não pode garantir o resultado final da retirada.
Um dos principais obstáculos para as pessoas que desejam deixar o Afeganistão continua sendo a jornada rumo ao aeroporto de Cabul. Os EUA até agora não conseguiram assegurar uma passagem segura sequer para cidadãos americanos. Embora afirmem que receberam garantias do Talibã de que eles não impedirão as pessoas de chegar ao campo de aviação, relatórios locais sugerem o contrário.
Em meio a confusões, registradas no aeroporto e nos arredores, ao menos 12 pessoas foram mortas desde domingo (15), segundo autoridades da Otan e do próprio movimento fundamentalista religioso.
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