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Presidente eleito do Equador quer acordos de livre comércio e convida Guaidó para posse

Banqueiro Guillermo Lasso deu entrevista a jornalistas estrangeiros em Quito

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Buenos Aires

O presidente eleito do Equador, Guillermo Lasso, disse que convidará o autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, para sua cerimônia de posse, em 24 de maio, e não o ditador Nicolás Maduro.

Em entrevista a um grupo de jornalistas estrangeiros por videoconferência, Lasso reforçou que "a Venezuela é uma ditadura". "Reconhecemos o presidente Guaidó e vamos aguardar o início de nossa gestão para coordenar nossas ações com relação a esse país."
O presidente eleito do Equador, Guillermo Lasso, conversa com jornalistas em Quito - Luisa Gonzalez/Reuters

Ele disse que a posição se aplica também a Cuba e à Nicarágua. "Vamos analisar essas situações e sempre apoiaremos medidas pró-democracia." O banqueiro foi declarado vencedor ainda na noite deste domingo (11) e soma 52,4% dos votos, com a apuração de 99,5% das urnas.

Lasso afirmou ter sido surpreendido pela demonstração de civilidade de seu opositor, Andrés Arauz, que telefonou para felicitá-lo depois de reconhecer a derrota no domingo. Também disse ter ficado surpreso com a mensagem de Rafael Correa (2007-2017) publicada em rede social nesta segunda-feira (12), na qual o ex-presidente equatoriano desejava "sorte a Guillermo Lasso". "Seu sucesso será o sucesso do Equador."

"[As manifestações] me dão esperança de que todos podem mudar, que vivamos um tempo com menos polarização. Ambos deram uma demonstração de que a conciliação é possível, e com isso nossa democracia fica mais forte", afirmou. O presidente eleito também disse que não haverá aumento de impostos ou tarifas num primeiro momento, mas que haverá uma transição gradual, pois um ajuste na economia é necessário. O país tem uma dívida externa de US$ 17,4 bilhões, e o PIB encolheu 7,8% no último ano. No comércio exterior, Lasso disse que pretende ser proativo na busca de acordos de livre comércio entre seu país e os EUA, a Europa e a Ásia.

Sobre a relação com a imprensa, que durante os anos de Correa foi complicada, com episódios de processos judiciais e pressões, afirmou que haverá total liberdade a partir de sua posse. Prometeu entrevistas coletivas a cada 90 dias e de ministros ao uma vez por mês. O eleito acrescentou ainda que irá vender os meios de comunicação do Estado, por achar que são custosos e de pouco proveito à população.

Lasso disse que não se considera de direita ou de esquerda, mas sim um democrata, e que irá acolher os imigrantes venezuelanos, embora exista "um estresse na economia equatoriana, na qual é difícil hoje ter empregos para todos os equatorianos". "É preciso criar programas para criar mais vagas de trabalho no país." Questionado sobre o aborto, reafirmou que é pessoalmente contra, mas que, "como presidente de um Estado laico, não posso impor um ponto de vista, e portanto esse tema pode ser debatido no governo".​

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