A CDU (União Democrata-Cristã), partido de centro-direita ao qual pertence a chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou nesta segunda-feira (25) que fará um congresso em 25 de abril para escolher seu próximo líder e provável sucessor de Merkel.
No comando do país há quase 15 anos, ela já afirmou que não concorrerá a mais uma reeleição no próximo pleito, previsto para outubro de 2021.
O anúncio do cronograma se dá um dia após a CDU sofrer uma dura derrota nas eleições parlamentares da cidade-Estado de Hamburgo, no norte da Alemanha. A legenda teve apenas 11% dos votos, atrás dos sociais-democratas do SPD e também dos Verdes.
Foi o segundo pior resultado de todos os tempos para o partido conservador, depois dos 9% que obteve em 1951 na cidade-Estado de Bremen.
Tradicional reduto de centro-esquerda, Hamburgo era uma derrota previsível para a CDU, mas não com um desempenho tão ruim.
O fracasso nas urnas torna ainda mais turbulento o processo de sucessão, desencadeado após a atual líder do partido, Annegret Kramp-Karrenbauer, que estava sendo preparada para entrar no lugar de Merkel, anunciar há duas semanas que deixaria o posto, de maneira inesperada.
A renúncia foi motivada por uma decisão da CDU no estado de Turíngia de se aliar à AfD (Alternativa para a Alemanha), de ultradireita, para controlar o governo local.
A aliança quebrou um consenso pós-Segunda Guerra entre os partidos tradicionais de não se unir a legendas de ultradireita.
Os quatro principais concorrentes a líder da CDU são Armin Laschet, chefe de governo do estado de Renânia do Norte-Vestfália; Friedrich Merz, que perdeu por pouco para Kramp-Karrenbauer a disputa interna em 2018; Jens Spahn, ministro da Saúde; e Norbert Röttgen, chefe do Comitê de Relações Exteriores do Bundestag (Parlamento).
Kramp-Karrenbauer disse nesta segunda-feira (24) que o escolhido terá de cooperar com a bancada da CDU no Bundestag e com a própria Merkel. "Isso é certamente uma questão e um requisito que todos os candidatos devem cumprir."
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