A presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, pediu a renúncia de todos os seus ministros “para enfrentar essa nova etapa da transição democrática”, segundo comunicado emitido pela Presidência.
O pedido veio logo após a saída da ministra da Comunicação, Roxana Lizárraga, que declarou não estar de acordo com a postulação de Añez, anunciada na sexta (24), para a eleição do próximo dia 3 de maio.
Añez declarou seu desejo de participar, contrariando discurso anterior, de que seria apenas uma presidente "de transição".
Em sua carta de renúncia, Lizárraga disse que "é claro que nosso governo transitório perdeu seus objetivos".
"Não se pode ocultar que o governo de Añez está começando a cometer os mesmos erros que o MAS [Movimento ao Socialismo, partido de Evo Morales] vinha cometendo, ao querer continuar no poder."
Já o comunicado da presidente diz que "é comum que, nas vésperas da inscrição de candidaturas, produzam-se ajustes na equipe de trabalho do Executivo, e é por isso que pedimos a renúncia dos ministros".
Segundo a legislação eleitoral boliviana, se um governante quer concorrer à reeleição, deve deixar o cargo no dia da inscrição oficial da candidatura —nesse caso, o dia 3 de fevereiro.
Evo, porém, quando estava no cargo, nunca o fazia, e era acusado de usar o posto e o aparato do Estado para fazer campanha.
Añez ainda não indicou se deixará a Presidência para a campanha. Se o fizer, quem assume o poder é a líder do Senado, Eva Copa, membro do MAS.
Nesta segunda-feira (27) pela manhã, Evo e o candidato de seu partido, Luis Arce, concederão entrevista coletiva em Buenos Aires, onde estão, para comentar a crise.
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