Os serviços especiais russos desmascararam, no ano passado, centenas de espiões trabalhando para países estrangeiros ativos na Rússia, declarou nesta quarta-feira (6) o presidente russo, Vladimir Putin.
"Graças a operações especiais bem-sucedidas, as atividades de 129 quadros e 465 agentes de serviços especiais estrangeiros foram interrompidas" em 2018, disse Putin em discurso para oficiais do Serviço de Segurança Russo (FSB, ex-KGB).
"Os serviços de inteligência estrangeiros aspiram fortalecer sua atividade no território russo e buscam obter por todos os meios informações relacionadas à política, economia, ciência e tecnologia", continuou o presidente.
Putin também criticou a intensidade das atividades de espiões estrangeiros, enquanto a Rússia é, por sua vez, apontada pelo Ocidente por envolvimento em vários escândalos de espionagem.
Entre esses casos estão o envenenamento, em março de 2018, de um ex-agente duplo russo, Serguei Skripal, e sua filha, na Inglaterra, atribuído a Moscou pelas autoridades britânicas. O Kremlin nega veementemente qualquer envolvimento.
Ex-chefe do FSB, Putin pediu aos serviços de segurança que trabalhem "efetivamente" diante desse desafio, inclusive para proteger "dados sobre o desenvolvimento, testes e produção de sistemas de armas russas".
As declarações são feitas em um momento em que Washington suspendeu sua participação no Tratado INF, que proíbe mísseis com alcance de 500 a 5,5 mil quilômetros, acusando a Rússia de violar as disposições do documento assinado em 1987.
Em resposta, Moscou fez o mesmo e deu a si mesmo dois anos para desenvolver novos mísseis terrestres.
No final de fevereiro, durante seu discurso anual no Parlamento, Vladimir Putin detalhou o progresso dos programas destinados a criar novas armas russas, que ele acredita serem "invencíveis". As características técnicas da maioria são classificadas como secretas.
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