O presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou que seu chefe de gabinete desse a mais alta credencial de segurança a seu genro e conselheiro, Jared Kushner, afirmou o New York Times nesta quinta-feira (28).
O processo de credenciamento envolve checagem de antecedentes e investigações conduzidas por oficiais de inteligência, que haviam levantado objeções ao credenciamento de Kushner.
A certificação garante acesso a documentos classificados como secretos e, no caso do genro de Trump, ultrassecretos, como briefings elaborados por órgãos militares para conhecimento do presidente.
Segundo o jornal, altos funcionários da Casa Branca ficaram atordoados com a decisão, o que fez que o então chefe de gabinete, John Kelly, emitisse um memorando interno sobre como ele tinha recebido a ordem de dar a credencial "top secret" a Kushner.
Donald McGahn, então conselheiro da Casa Branca à época, também escreveu um memorando expondo suas preocupações e dizendo que havia recomendado a não concessão da credencial.
O New York Times diz que os memorando contradizem declaração feita por Trump em entrevista ao jornal em janeiro, na qual o presidente dizia não ter tido nenhum papel na concessão da credencial a Kushner —como assessor do presidente, ele atua principalmente em assuntos relacionados ao Oriente Médio e tem relação de proximidade com líderes da Arábia Saudita.
Questionada, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que "não comentamos sobre credenciais de segurança".
Peter Mirijanian, porta-voz de Abbe Lowell, advogado de Kushner, disse em um email que a Casa branca e as autoridades envolvidas no credenciamento no ano passado lhe asseguraram que o caso de Kushner foi "administrado segundo processo regular, sem pressão de ninguém".
"Novas histórias, se corretas, não mudam o que foi afirmado à época", afirmou Mirijanian.
A credencial acabou sendo rebaixada de "top secret" para "secret" em fevereiro do ano passado.
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