Invocando a responsabilidade de proteger, princípio diplomático que legitima intervenções em países onde o governo comete crimes contra a humanidade, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, voltou a cogitar ação militar na Venezuela em vídeo em uma rede social neste domingo (16).
No sábado (15), Almagro havia afirmado que não deveria ser descartada uma “intervenção militar” na Venezuela para “derrubar” o governo de Nicolas Maduro. Ele esteve na Colômbia em missão, por três dias, para avaliar a situação dos refugiados venezuelanos.
No vídeo, Almagro começou afirmando que não defendia a violência e que havia sido mal interpretado.
“Algumas interpretações maniqueístas buscaram mudar o eixo da discussão, e disseram que éramos favoráveis a agressão armada; não é verdade”, disse. “Nossa mensagem não é de violência, é de impedir a violência, sempre dentro do marco do sistema interamericano de proteção à democracia”.
No entanto, Almagro prossegue comparando a “omissão” frente ao regime venezuelano à inação da comunidade internacional diante do genocídio em Ruanda (1994) e do massacre da população do Camboja por Pol Pot, nos anos 70.
“Permitir o genocídio em Ruanda, para cumprir o princípio de não intervenção, foi dentro da lei? Não, não e não”, disse. “A responsabilidade de proteger é uma opção que deve permanecer aberta, ela é a última esperança das vítimas e é imoral negar esse direito ao povo venezuelano.”
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