A Polônia tem o direito de demandar reparações da Alemanha da ordem de US$ 850 bilhões por propriedades destruídas e pessoas mortas durante a Segunda Guerra Mundial, afirmou nesta sexta-feira (2) parlamentar polonês a cargo do tema.
O partido governista populista Lei e Justiça (PiS) decidiu retomar a questão das reparações de guerra no momento em que autoridades israelenses e americanas acusam o país de tentar minimizar o papel de poloneses em crimes de guerra contra judeus.
Entrou em vigor nesta quarta (1º) lei que impõe penas de prisão a quem sugerir que o país foi cúmplice com o Holocausto.
Pela lei, quem usar a frase campos de extermínio poloneses ou sugerir publicamente ou contra os fatos que a Polônia foi cúmplice dos crimes da Alemanha nazista pode ser sentenciado a penas de até três anos de prisão.
No ano passado, especialistas alemães disseram que Varsóvia não tem direito a reparações.
O governo polonês não chegou a fazer uma demanda direta à Alemanha, mas o assunto deve levar a tensões entre os dois países, segundo analistas. A Alemanha é o principal parceiro comercial da Polônia, que é o maior recipiente de ajuda da União Europeia.
"Estamos falando de uma soma muito elevada mas justifica para os crimes de guerra, as cidades destruídas e perda de potencial demográfico do nosso país", afirmou Arkadiusz Mularczyk, líder do comitê parlamentar sobre reparações.
Mularczyk, do PiS, afirmou que os valores devidos pela Alemanha podem chegar a US$ 850 milhões (cerca de R$ 2,7 trilhões) mas que um novo cálculo será feito neste ano.
Segundo o parlamentar, a Polônia, que ficou sob dominação soviética por mais de quatro décadas após a guerra, nunca recebeu nenhum tipo de compensação da Alemanha.
O PiS tem invocado o tema da ocupação alemã como parte de seus esforços para promover o patriotismo e combater acusações de que poloneses também foram perpetradores de crimes contra judeus durante a guerra.
A Alemanha nazista atacou e ocupou a Polônia em 1939. A maioria dos 3,2 milhões de judeus que viviam na Polônia foi morta. Cerca de 3 milhões de não-judeus também foram mortos.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.