Oposi��o pede sa�da do presidente do Peru por rela��o com Odebrecht
A oposi��o ao presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, pediu nesta quinta-feira (14) sua sa�da ap�s a comiss�o do Congresso que investiga o caso Odebrecht t�-lo acusado de receber diretamente US$ 782 mil da empreiteira.
Ele j� era suspeito de auferir US$ 4,4 milh�es por servi�os de consultoria � empresa brasileira entre 2004 e 2013, mas no caso revelado nesta quarta (13) o dinheiro foi transferido a uma companhia da qual foi acionista at� 2007.
Presid�ncia do Peru/AFP | ||
O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, se pronuncia sobre o caso Odebrecht na noite de quarta |
Segundo a presidente da comiss�o, Rosa Baltra, os valores foram enviados entre 2004 e 2007 � Westfield Capital, que aparece na declara��o de renda de Kuczynski. Metade do dinheiro foi depositado em uma conta do presidente.
Outro agravante � situa��o � que, entre 2004 e 2006, ele era ministro de Alejandro Toledo. O ex-presidente, que est� nos EUA, teve a extradi��o pedida pela Justi�a para que ele seja preso por receber US$ 20 milh�es da Odebrecht.
A descoberta sobre a Westfield Capital tamb�m fortalece a acusa��o anterior. Os US$ 4,4 milh�es foram transferidos � First Capital, dirigida por um ex-s�cio de Kuczynski e cujo endere�o � o mesmo da empresa do presidente.
Ele foi ministro das Finan�as e presidente do Conselho de Ministros (similar ao ministro-chefe da Casa Civil brasileiro). Na mesma �poca, a Odebrecht venceu a licita��o da Rodovia Interoce�nica, pela qual Toledo teria recebido propina.
Na noite de quarta (13), o presidente questionou a den�ncia pelo fato de que n�o h� provas de que quantias mostradas seriam honor�rios a ele. Tamb�m se disse disposto a dar declara��es ao Minist�rio P�blico e � comiss�o que investiga o caso.
Os promotores convocaram Kuczynski para depoimento na pr�xima quinta (21) e ele receber� a comiss�o parlamentar no dia seguinte. Por�m, os principais opositores defenderam a sa�da por meio de ren�ncia ou vac�ncia do cargo.
A primeira hip�tese foi levantada pela For�a Popular (direita), liderada por Keiko Fujimori, filha do ex-mandat�rio Alberto Fujimori, que tamb�m � citada no caso Odebrecht. A agremia��o tem a maior bancada no Congresso peruano.
"� evidente que a perman�ncia no cargo � insustent�vel devido �s provas concretas de corrup��o. N�o precisamos de mais explica��es: o que o povo peruano exige � a ren�ncia", disse o l�der da sigla na C�mara, Daniel Salaverry.
Por outro lado, o parlamentar considerou que, se for decretada a pris�o de Keiko, a Justi�a ter� "o claro objetivo de amedrontar essa bancada, de querer nos derrubar, para n�o continuarmos nessa luta frontal contra a corrup��o".
VAC�NCIA
A segunda alternativa foi defendida pela Frente Ampla (esquerda), que apoiou Kuczynski no segundo turno para evitar a vit�ria de Keiko. A Constitui��o peruana prev� que o presidente seja declarado vacante por incapacidade moral.
"Tamb�m defendemos que isso traz como consequ�ncia as elei��es presidenciais e a convoca��o de uma Assembleia Constituinte, porque a corrup��o � fruto da Constitui��o que a permite", disse o deputado Wilbert Rozas.
Para a candidata do partido � Presid�ncia em 2016, Ver�nika Mendoza, o fujimorismo quer dar um golpe de Estado a fim de controlar o Minist�rio P�blico e o Poder Judici�rio "para se blindar e acertar um pacto de impunidade".
Al�m de Kuczynski e Toledo, todos os ex-presidentes peruanos desde Fujimori s�o investigados por receberem propina da Odebrecht. Ollanta Humala est� em pris�o preventiva e Alan Garc�a � citado em dela��es.
O levante opositor pode tornar insustent�vel a perman�ncia do presidente, cujo partido, Peruanos pela Mudan�a, tem 18 das 130 cadeiras. Em 2016, Kuczynski foi eleito com uma diferen�a de 42.597 votos para Keiko Fujimori.
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