Van atropela multid�o em Barcelona e deixa 13 mortos e 100 feridos
Uma van atropelou dezenas de pessoas no centro de Barcelona por volta das 17h desta quinta-feira (17), 12h em Bras�lia. H� pelo menos 13 mortos e 100 feridos, segundo a pol�cia da Catalunha. Mais cedo, o governador Carles Puigdemont havia informado a confirma��o de 12 v�timas, n�mero que agora foi atualizado pela pol�cia.
H� tr�s cidad�os alem�es e um belga dentre os 13 mortos, segundo os governos desses pa�ses. A Defesa Civil da Catalunha afirma que h� v�timas, entre mortos e feridos, de 26 nacionalidades. O Itamaraty diz que n�o h� brasileiros atingidos pelo ataque.
A pol�cia trata a a��o como um ataque terrorista. A fac��o terrorista Estado Isl�mico assumiu a autoria em um comunicado divulgado na ag�ncia de not�cias da mil�cia. "Os respons�veis pelo ataque em Barcelona s�o soldados do Estado Isl�mico e conduziram a opera��o em resposta a chamados para atacar Estados da coaliz�o [que luta contra a mil�cia na S�ria e no Iraque]."
O ataque ocorreu nas Ramblas, uma via de grande circula��o de pedestres que liga uma pra�a central � orla da cidade. O chefe dos Mossos d'Esquadra (pol�cia catal�), Josep Llu�s Trapero, afirmou que o motorista fugiu a p� ap�s deixar a van em frente ao Teatro del Liceu —seu paradeiro continua desconhecido.
Trapero confirmou a pris�o de tr�s suspeitos de liga��o com o atentado. O primeiro foi o marroquino Driss Oubakir, 28, que morava legalmente em Ripoll (a 105 km de Barcelona) e teria alugado a van usada pelo terrorista nos arredores de Barcelona.
O outro preso � um espanhol do enclave de Melilla, no norte da �frica, cujo nome n�o foi divulgado. O homem, segundo a pol�cia, seria o respons�vel por uma explos�o vinculada ao ataque em um pr�dio de Alcalar, a 202 km de Barcelona —na a��o, ocorrida de madrugada, uma pessoa morreu e sete ficaram feridas. O terceiro, detido na manh� desta sexta-feira (18), n�o teve o nome divulgado.
A pol�cia, por�m, descarta rela��o do atentado com outro atropelamento ocorrido horas antes nas Ramblas, em que o motorista foi morto pela pol�cia ap�s atropelar dois agentes.
A gerente de vendas Ambra Gorini, que trabalha em um pr�dio nas proximidades do ocorrido, afirma que muitas pessoas se abrigaram em lojas e s� foram liberadas pela pol�cia duas horas depois do ataque. "Assustador e estranho", disse.
A C�mara Municipal suspendeu todas as atividades da cidade, inclusive as festas de Gr�cia, tradicional celebra��o do bairro catal�o que completa seu bicenten�rio nesta edi��o. O evento � chamariz para milhares de turistas � cidade, que j� costuma ficar cheia durante o ver�o europeu.
V�deos em redes sociais mostram feridos recebendo atendimento nas ruas. Testemunhas afirmam que pessoas pediram abrigo em estabelecimentos pr�ximos ao local do atropelamento.
Poucas horas ap�s o ataque, muitas pessoas j� doavam sangue em hospitais da cidade.
O assistente de log�stica Hector Flores est� entre a centena de volunt�rios no hospital Sant Pau, que encontrou atrav�s das hashtags "#Barcelona" e "Ramblas" em uma rede social. "A gente est� retuitando todos os centros onde pode-se doar j� h� algum tempo para que n�o se aglomerem em um �nico ponto", disse.
O casal de brasileiros Maur�cio Kanno, 34, e Francielle Piuco Biglia, 33, contam que ficaram cerca de tr�s horas em uma biblioteca a cerca de 150 metros das Ramblas ap�s o atentado, por recomenda��o de um policial a paisana.
Eles estavam nas Ramblas na hora do ataque. "Vimos um monte de gente correndo, n�o est�vamos entendendo o que acontecia. Depois vimos um carro preto que parou, sa�ram policiais com armas. Queria pegar o metr�, mas estava tudo fechado. Acabamos indo para a biblioteca", diz Biglia, que mora h� oito anos em Barcelona.
REA��ES
"Catalunha tem sido e ser� uma terra de paz e acolhimento. N�o deixaremos que uma minoria acabe com um modo de vida que se forjou ao longo dos s�culos", disse o governador da Catalunha, Carles Puigdemont.
A prefeita de Barcelona, Ada Colau, que est� fora da cidade, mas se manifestou pelas redes sociais. "Barcelona � uma cidade de paz. O terror n�o conseguir� que deixemos de ser quem somos: cidade aberta ao mundo, valente e solid�ria", disse Colau, que agradeceu � solidariedade ao redor do mundo.
"Sejam duros e fortes, n�s amamos voc�s", escreveu o presidente americano, Donald Trump, aos espanh�is em uma rede social. "Os EUA condenam o ataque terrorista em Barcelona e far�o todo o necess�rio para ajudar."
O secret�rio de Estado dos EUA, Rex Tillerson, disse que "terroristas em todo o mundo devem saber que os EUA ou nossos aliados est�o comprometidos em encontr�-los e traz�-los � Justi�a".
"O governo brasileiro deplora veementemente o ataque terrorista ocorrido na tarde desta quinta-feira em Barcelona", afirmou, em nota, o Itamaraty. N�o h� registro de brasileiros entre as v�timas at� este momento.
VE�CULOS COMO ARMAS
Confirmado como ataque terrorista, o epis�dio em Barcelona entra em uma j� extensa lista de atentados na Europa em que os autores usaram ve�culos como armas. Em 2016, os mais mort�feros ocorreram com caminh�es em Nice (14 de julho, com 86 mortos e 434 feridos) e Berlim (19 de dezembro, com 12 mortos e 56 feridos).
Neste ano, Londres foi alvo de tr�s a��es semelhantes, mas com autom�veis. Em 19 de junho, uma pessoa morreu e dez ficaram feridas quando um extremista de direita avan�ou com uma van contra pedestres perto da sa�da de uma mesquita.
No mesmo m�s, no dia 3, terroristas usaram uma van para atropelar pedestres na ponte de Londres e atacaram pessoas a facadas num mercado pr�ximo. O ataque foi reivindicado pela organiza��o terrorista Estado Isl�mico.
Em 23 de mar�o, um motorista matou duas pessoas e feriu outras 40 em um atropelamento na ponte de Westminster. Depois, saiu do carro e esfaqueou um policial num dos port�es do Parlamento brit�nico –o agente tamb�m morreu. A a��o tamb�m foi reivindicada pelo EI.
A capital da Su�cia, Estocolmo, tamb�m foi alvo de um ataque com ve�culo em 2017. Em 7 de abril, um motorista avan�ou com um caminh�o sobre pedestres e deixou cinco mortos.
Na edi��o de novembro de 2016 da revista "Rumiyah", publicada pelo EI, um texto sugeria a utiliza��o de ve�culos como arma contra os "infi�is", por ser uma forma simples e barata de praticar um ataque.
Com ag�ncias de not�cias
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