Tr�s morrem em marcha de supremacistas brancos nos EUA
Ryan M. Kelly/Associated Press | ||
Carro atropela manifestantes contr�rios aos supremacistas em Charlottesville |
Pelo menos tr�s pessoas morreram neste s�bado (12) em Charlottesville, uma cidade universit�ria de 47 mil habitantes no Estado da Virg�nia que virou palco simult�neo da maior manifesta��o de supremacistas brancos do passado recente dos EUA e de um protesto antirracismo.
O governador Terry McAuliffe (democrata) declarou emerg�ncia no munic�pio, que fica a 2h30 de carro da capital do pa�s, Washington, e o presidente Donald Trump condenou a viol�ncia.
Uma mulher de 32 anos morreu atropelada por um carro que acelerou contra manifestantes antirracismo, disse o prefeito Mike Signer. A pol�cia prendeu James Alex Fields Jr., 20, que vive a 865 km dali, em Ohio, e responder� por homic�dio doloso.
Em entrevista � CNN, a m�e dele, Samantha Bloom, disse que Fields tinha viajado para participar do protesto. A Ag�ncia Federal de Direitos Civis tamb�m abriu investiga��o sobre o crime.
Segundo o centro m�dico da Universidade da Virg�nia, 19 pessoas foram feridas no atropelamento, e a pol�cia contabilizou mais 35 feridos em confrontos.
� tarde, um helic�ptero que monitorava os protestos caiu perto da cidade, e os dois policiais a bordo morreram. A causa ser� investigada.
Em pronunciamento na TV, Trump pediu que o pa�s se una para frear a viol�ncia: "Sem distin��o de credo ou partido pol�tico, somos, antes de tudo, americanos. Amamos nosso pa�s e temos orgulho de quem somos".
"Queremos estudar o caso de Charlottesville e ver o que estamos fazendo de errado."
DIREITOS DOS BRANCOS
A manifesta��o deste s�bado foi convocada por grupos supremacistas brancos para protestar contra a decis�o de retirar uma est�tua do general Robert E. Lee (1807-70) de um parque local.
Lee comandou as tropas confederadas na Guerra Civil dos EUA (1861-65), quando Estados do Sul lutaram para se separar do Norte abolicionista e manter seus escravos.
A decis�o segue a de outras cidades do Sul de retirarem s�mbolos confederados, que remetem ao passado escravocrata do pa�s, de pr�dios e parques p�blicos. No protesto, v�rios manifestantes carregaram a bandeira vermelha com a cruz azul estrelada.
Um pequeno grupo que se identificava como mil�cia, vestido com roupas camufladas, carregava escudos e armas de grosso calibre.
J� os manifestantes antirracismo marcaram um contraprotesto diante de uma est�tua do presidente Thomas Jefferson (1743-1826), que fundou a universidade e cuja fazenda fica nos arredores.
Quando os grupos se cruzaram, houve troca de agress�es, arremessos de objetos e uso de g�s pimenta. A pol�cia ordenou toque de recolher.
Os supremacistas –que j� haviam realizado uma marcha na noite anterior com tochas e palavras de ordem contra negros, homossexuais, judeus e imigrantes– planejavam atrair 6.000 pessoas.
Ap�s um site de loca��o de quartos para h�spedes boicotar os interessados em comparecer, conseguiram reunir algumas centenas.
Os organizadores s�o ligados � chamada "alt-right" (direita alternativa, bastante vocal ap�s a elei��o de Trump) e alegam que o avan�o dos direitos civis para minorias levar� � sua extin��o.
No s�bado, David Duke, ex-l�der da organiza��o supremacista Ku Klux Klan, que no passado assassinava negros, vinculou o presidente � reivindica��o. "Vamos cumprir as promessa de Donald Trump de retomar nosso pa�s", disse a rep�rteres.
Depois que o presidente criticou o uso de viol�ncia, por�m, Duke reclamou que o republicano os atacava em um momento em que buscavam "se unir como povo ap�s d�cadas de ataques e �dio contra os americanos brancos" e recomendou a Trump que "se olhe no espelho e lembre que foram os brancos que o puseram no poder".
J� Richard Spencer, supremacista branco que apoiou Trump na elei��o presidencial, culpou a pol�cia pela viol�ncia. Tamb�m criticou o presidente por suas declara��es, por serem "vagas e mancas".
"A ideia de que eu possa ser considerado respons�vel � absurda. � como culpar o Corpo de Bombeiros por um inc�ndio."
Com ag�ncias de not�cias.
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