Ativistas da Guiana Francesa rejeitam acordo com Paris e mant�m protestos
Jody Amiet/AFP | ||
Protesto neste domingo (2) em Caiena |
Ap�s duas semanas de um movimento que bloqueou a liga��o por terra com o Brasil, fechou escolas, cancelou voos e impediu o lan�amento de um sat�lite internacional, acabou sem acordo a reuni�o entre militantes da Guiana Francesa e representantes do governo Fran�ois Hollande.
Os protestos no territ�rio franc�s, que culminaram com uma greve geral no �ltimo dia 27, come�aram com demandas por mais seguran�a e, depois, tiveram o leque de reivindica��es ampliado. Manifestantes agora pedem mais investimentos do governo franc�s em �reas sa�de, infraestrutura e seguran�a.
Entre os participantes, est�o sindicatos, grupos ind�genas e, na lideran�a, o grupo "500 fr�res contre la d�liquence" (500 irm�os contra a delinqu�ncia, na tradu��o para o portugu�s).
O movimento, classificado como "hist�rico" pelo jornal "Le Monde", paralisa o territ�rio e ocorre a menos de tr�s semanas das elei��es francesas. Em resposta aos protestos, Hollande enviou na �ltima semana dois ministros a Caiena.
O governo franc�s ofereceu um plano de 1 bilh�o de euros, mas os l�deres dos manifestantes demandam 2,5 bilh�es de euros. O valor pedido foi considerado "irrealista" pelo primeiro-ministro Bernard Cazeneuve nesta segunda-feira (3). Ele afirma que as negocia��es continuam e que 11 acordos foram feitos em �reas como seguran�a, transporte e energia. Entre as medidas acertadas, est�o financiamento a servi�os m�dicos e refor�o policial.
"Eu apelo mais uma vez � raz�o e � retirada das barreiras. N�o � bloqueando a Guiana, sua economia, suas escolas e servi�os p�blicos que iremos preparar o futuro", disse Cazeneuve.
Agricultores aceitaram as concess�es e retiraram barreiras em uma rodovia. J� o l�der sindicalista Davy Rimane, por�m, afirmou que as declara��es do primeiro-ministro n�o ajudavam a resolver a situa��o. "N�o podemos continuar assim. Estamos caminhando para uma cat�strofe social."
Jody Amiet/AFP | ||
Marcha em Caiena no �ltimo dia 28 |
CONSEQU�NCIAS
O movimento na Guiana Francesa ocorre em um contexto de alta do desemprego, infla��o e viol�ncia.
No dia 17 de mar�o, no in�cio dos protestos, uma visita da ministra da Ecologia francesa, S�gol�ne Royal, foi interrompida ap�s manifestantes mascarados invadirem uma confer�ncia da qual ela participava. Ela foi embora sem participar da inaugura��o de uma ponte sobre o rio Oiapoque que liga a Guiana Francesa ao Amap�.
No dia 27, uma greve geral paralisou o territ�rio de 252 mil habitantes. No dia seguinte, uma marcha em apoio � paralisa��o na capital Caiena reuniu cerca de 10 mil pessoas. Voos regionais da Air France foram cancelados por causa do movimento.
As manifesta��es tamb�m motivaram a suspens�o do lan�amento do foguete Ariane 5, que carregava um sat�lite brasileiro e outro sul-coreano.
Em raz�o do potencial de viol�ncia dos protestos, o Departamento de Estado dos EUA emitiu um comunicado recomendando que os cidad�os do pa�s evitem viajar ao territ�rio.
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