Cortes amea�am viagem de Dilma para posse de Macri
A participa��o da presidente Dilma Rousseff na posse do novo presidente argentino, Mauricio Macri, em 10 de dezembro, est� amea�ada se o Congresso n�o aprovar a mudan�a da meta fiscal que permitir� ao governo fechar o ano com deficit de R$ 120 bilh�es.
A vota��o foi novamente adiada –em princ�pio, para as 12h desta quarta-feira (2).
Na �ltima sexta (27), a presidente cancelou de �ltima hora as viagens ao Vietn� e ao Jap�o, que seriam realizadas nesta semana, como parte do bloqueio de R$ 10 bilh�es nos gastos considerados n�o essenciais pelo governo.
Entrariam nessa cota tamb�m as outras viagens internacionais previstas para dezembro, entre elas a posse na Argentina e a participa��o da presidente na C�pula do Mercosul, no Paraguai, no dia 21.
Leandro Colon - 30.nov.2015Folhapress | ||
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Dilma em �nibus ap�s encontro com l�deres em confer�ncia do clima em Paris, na segunda-feira (30) |
O cancelamento das viagens tem peso mais simb�lico, j� que representa uma pequena parcela do valor bloqueado.
Seu impacto pol�tico e diplom�tico, contudo, � alto. A suspens�o da viagem ao Jap�o e ao Vietn� j� causou um mal-estar com os dois anfitri�es. A aus�ncia de Dilma na posse do vizinho n�o seria menos constrangedora.
Macri, o nome de centro-direita, que n�o era a prefer�ncia do Planalto na disputa, escolheu o Brasil como destino de sua primeira viagem internacional ap�s eleito. Ele se reunir� com Dilma em Bras�lia na pr�xima sexta (4), antes mesmo de receber a faixa presidencial. N�o retribuir a cortesia em sua posse, al�m de tudo, arriscaria as rela��es bilaterais neste momento.
Uma eventual aus�ncia na c�pula do Mercosul tamb�m seria negativa para Dilma.
Em suas primeiras declara��es ap�s eleito, Macri disse que ir� propor ao bloco acionar a cl�usula democr�tica contra a Venezuela, em raz�o dos oposicionistas presos pelo governo Maduro.
Dependendo do comportamento do presidente venezuelano ap�s as elei��es parlamentares deste domingo (6), o argentino pode pressionar, na c�pula, os colegas a iniciarem um processo para suspender Caracas do bloco. A presidente Dilma j� se mostrou contr�ria � ideia.
'DESCONFORTO'
Nos bastidores, o governo brasileiro reconhece que a decis�o de cancelar, pela segunda vez, a viagem da Dilma ao Jap�o –a primeira foi por causa dos protestos de junho de 2013– causou um "desconforto" e teve impacto negativo com o governo japon�s.
Dilma seria recebida pelo imperador Akihito, uma defer�ncia nem sempre concedida a chefes de Estado em visita ao pa�s.
A presidente enviou uma carta com pedido de desculpas ao imperador pelo cancelamento, mas s� no s�bado (28), quando os anfitri�es j� tinham tomado conhecimento pela imprensa da decis�o.
Apesar da expectativa de que Dilma se reunisse com o premi� japon�s, Shinzo Abe, �s margens da confer�ncia do clima em Paris, houve apenas um r�pido cumprimento entre os dois no fim de semana.
Segundo a Folha apurou, quando o Itamaraty entrou em contato com o embaixador do Jap�o no Brasil, Kunio Umeda, na tarde de sexta (27) para inform�-lo da decis�o, ele j� estava em S�o Paulo para embarcar para T�quio.
O Jap�o � o 6� maior parceiro comercial do Brasil e deveria ser anunciada na visita a reabertura do mercado japon�s � carne bovina brasileira. As exporta��es tinham sido banidas em 2012, ap�s um caso at�pico de doen�a da vaca louca no pa�s.
Em comunicado, a chancelaria japonesa "lamentou muito" o cancelamento da visita, "que iria acontecer num momento bastante oportuno para o fortalecimento das rela��es bilaterais". O texto diz, contudo, que o Jap�o "continuar� se esfor�ando para o desenvolvimento da parceria".
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