China expande influ�ncia com projeto de US$ 46 bilh�es no Paquist�o
A China vai investir US$ 46 bilh�es (R$ 139,8 bilh�es) na constru��o de um "corredor econ�mico" no Paquist�o, em mais uma a��o de sua hiperativa diplomacia econ�mica.
O projeto consiste em uma rede de estradas, ferrovias e oleodutos de 3.000 km de extens�o que abrir� para a China um novo acesso mar�timo ao Oriente M�dio, de onde vem metade do petr�leo que o pa�s importa.
O acordo ser� assinado durante a visita ao Paquist�o do l�der da China, Xi Jinping, iniciada nesta segunda (20). � a primeira visita de um l�der chin�s ao pa�s em nove anos e marca o aumento do envolvimento de Pequim no Paquist�o em meio ao decl�nio da influ�ncia dos EUA.
Li Xueren/Xinhua | ||
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Presidente da China, Xi Jinping (esq.), cumprimenta ex-presidente paquistan�s Asif Ali Zardari |
Para estreitar a rela��o, Xi chega com os bolsos cheios: o valor do projeto que ser� bancado pela China � quase tr�s vezes o total de investimento estrangeiro direto recebido pelo Paquist�o desde 2008.
O investimento � mais uma iniciativa da pol�tica chinesa conhecida como "diplomacia da infraestrutura", que une interesses geopol�ticos e econ�micos.
A estrat�gia ganhou for�a com o enorme sucesso do Banco Asi�tico de Investimento em Infraestrutura, institui��o criada pela China que tem a ades�o de mais de 50 pa�ses, incluindo o Brasil.
Com reservas de US$ 4 trilh�es, a China tem f�lego de sobra para investir em pa�ses carentes de infraestrutura, como o Paquist�o.
Al�m de exportar seu excesso de capacidade em constru��o, o governo chin�s busca facilitar o transporte da mat�ria-prima de que necessita para manter sua economia crescendo —neste caso, petr�leo.
A preocupa��o com a seguran�a energ�tica � outro fator-chave. O "corredor econ�mico" financiado por Pequim ligar� a cidade de Kashgar, na prov�ncia chinesa de Xinjiang, a Gwadar, na costa do Paquist�o.
Ter um porto pr�ximo do golfo P�rsico permitir� que as importa��es sejam transportadas por terra, oferecendo uma alternativa ao estreito de M�laca, por onde atualmente passam 80% do petr�leo importado pela China.
Al�m disso, Pequim teme sofrer os efeitos da instabilidade no Paquist�o e do Afeganist�o, pa�ses que fazem fronteira com a prov�ncia chinesa Xinjiang, onde se concentra uma grande comunidade mu�ulmana.
Assim como os EUA tentaram estabilizar o Paquist�o durante a guerra no Afeganist�o, a China quer conter a influ�ncia de grupos militantes paquistaneses em Xinjiang, mas promovendo o desenvolvimento econ�mico do pa�s vizinho.
O ambicioso projeto no Paquist�o � mais um elemento da diplomacia econ�mica chinesa, que vai muito al�m da �sia. Um exemplo � a Ferrovia Transoce�nica, que prev� a liga��o entre portos do Brasil e do Peru com participa��o de empresas chinesas e deve sair do papel em breve.
Atualmente, a maior parte das importa��es chinesas da Am�rica do Sul passa pelo canal do Panam�, onde o custo do transporte triplicou nos �ltimos cinco anos.
Uma alternativa terrestre para escoar os bilh�es de d�lares em min�rio de ferro e soja do Brasil para a China pelo Pac�fico reduziria os custos de forma significativa, espera o governo de Pequim.
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