Watergate elevou status do of�cio de jornalista nos EUA
O jornalismo investigativo ganhou proje��o mundial, tornou-se uma express�o de pompa, valorizou a profiss�o a partir de 1972 e, por tabela, virou moda ap�s a s�rie de reportagens de Bob Woodward e Carl Bernstein sobre o chamado caso Watergate e a ren�ncia do ent�o presidente Richard Nixon, 40 anos atr�s.
Mas a dupla de rep�rteres do "Washington Post" n�o inventou esse estilo de jornalismo, pois ele j� existia desde muito antes. Deu, por�m, o pontap� inicial para formular o conceito —algo como a busca da verdade oculta, aquela geralmente escondida por autoridades.
Pode-se dizer que os prim�rdios do jornalismo investigativo est�o na figura dos muckrakers (ca�adores de estrume, em ingl�s), que revelaram, no in�cio do s�culo 1920, mat�rias sobre corrup��o e pr�ticas il�citas de grandes empres�rios dos EUA —muitas publicadas na "McClure's Magazine".
O impulso ao estilo foi dado com uma decis�o dos organizadores do Pulitzer, o principal dos EUA, segundo Bill Kovach e Tom Rosenstiel, autores de "Os Elementos do Jornalismo". Eles inclu�ram a categoria jornalismo investigativo no pr�mio a partir de 1964.
Oito anos depois, Woodward e Bernstein iniciaram sua apura��o sobre Nixon no contexto de outras grandes reportagens, como os Pap�is do Pent�gono, publicados pelo "New York Times" em 1971, e o "Massacre de My Lai", em 1969.
CONSEQU�NCIAS
Com o caso Watergate, o jornalismo ganhou posi��o central na democracia americana. Deixou de lado o sensacionalismo, associado � imprensa profissional como algo nocivo.
Provavelmente por isso, virou foco de jovens estudantes e foi parar no cinema com "Todos os Homens do Presidente", estrelado por Dustin Hoffman e Robert Redford, em 1976.
A profiss�o foi melhorada. Grandes ve�culos investiram ainda nos anos 70: o "NYT", rival do "Post", criou uma equipe de "rep�rteres investigativos"; e a CBS lan�ou o "60 Minutes".
A populariza��o trouxe, por outro lado, problemas. Para James Fallows, autor de "Detonando a Not�cia", a glamoriza��o atraiu gente n�o interessada nas verdades, mas na fama.
O pr�prio Bernstein j� decretou: o jornalismo n�o aprendeu a li��o e voltou a se aproximar do sensacionalismo.
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