Papa Francisco sempre foi favorito, diz cardeal
Os cardeais que elegeram o papa juraram segredo sobre suas delibera��es, mas detalhes sobre como o nome de Jorge Bergoglio surgiu como o favorito para substituir o papa em�rito Bento 16 come�am a vir � tona.
O arcebispo de Viena, Christoph Schoenborn, confirmou que Bergoglio rapidamente emergiu como um candidato forte, ganhando o t�tulo de papa ap�s cinco vota��es --apenas uma a mais do que no conclave que elegeu Bento 16.
"Eu n�o vou dizer como s�o as conversas, que s�o internas. Mas uma coisa � certa: o cardeal Bergoglio n�o teria se tornado papa na quinta vota��o se n�o fosse um nome realmente forte para o papado desde o come�o", disse Schoenborn.
Bergoglio foi o segundo mais votado no conclave que elegeu Bento 16 como papa, mas n�o foi sequer mencionado nas listas de candidatos pap�veis divulgadas desta vez.
Manter-se discreto, no mundo dos conclaves, � considerado uma vantagem. H�, um ditado em Roma, que diz como � comum que os cardeais saiam desapontados. "Entrar como um papa e sair como um cardeal".
Bergoglio, um jesu�ta conhecido por sua humildade, despretens�o e frugalidade, parece ter tido as duas qualidades que os cardeais buscavam: habilidades pastorais capazes de revitalizar a igreja e potencial de manter a C�ria sob controle.
"Est�vamos � procura de um papa que fosse espiritual, um pastor. Eu acho que com o cardeal Bergoglio, n�s temos esse tipo de pessoa", disse o cardeal franc�s Jean-Pierre Ricard
AGENDA
O papa Francisco realizou nesta quinta-feira a sua primeira homilia e disse que "n�o adianta nada sermos bispos, cardeais ou papa se n�o formos disc�pulos do Senhor".
"Se n�s n�o professarmos Jesus Cristo, nos converteremos em uma ONG piedosa, n�o em uma esposa do Senhor", afirmou.
O novo pont�fice, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, falou na Capela Sistina, no Vaticano, aos 114 cardeais que participaram do conclave que o elegeu.
Com uma simples vestimenta dourada e mitra, o novo papa celebrou a missa em latim, mas pronunciou a homilia, com o tema "caminhar, edificar, confessar", em italiano, a l�ngua de seu pai. "Nossa vida � um caminho, quando paramos, n�o vamos para frente."
Francisco j� havia citado o tema do caminho em seu primeiro discurso ante a multid�o de fi�is na Pra�a S�o Pedro, o que foi interpretado pelos vaticanistas como uma vontade de encarar de frente os problemas da Igreja.
"Isso foi o que primeiro disse Deus a Abra�o: 'Caminhe na minha presen�a, e seja irrepreens�vel", afirmou o rec�m-empossado pont�fice. "Nossa vida � um caminho. Quando paramos, n�o vamos para frente. Devemos caminhar sempre, � luz do Senhor, viver com essa irrepreensibilidade com que vivia Abra�o."
O religioso disse que a tarefa � dif�cil, mas que se deve "seguir contra as possibilidades". "No caminhar, no construir, no confessar, �s vezes h� problemas, movimentos que n�o s�o propriamente os movimentos do caminho, movimentos que nos levam para tr�s."
"Que todos n�s, depois desses dias de gra�a, tenhamos a coragem de caminhar na presen�a do Senhor, com a cruz do Senhor, de edificar a igreja com o sangue que o Senhor derramou sobre a cruz. Assim, a igreja poder� prosseguir", afirmou, ao final do discurso.
Durante a celebra��o, houve uma ora��o ao papa em�rito Bento 16, a quem se desejou que sirva a Deus "no recolhimento", dedicado "� medita��o".
Bento 16 renunciou ao papado no �ltimo m�s, em uma atitude in�dita em quase 600 anos.
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