Descrição de chapéu PIB

FMI reduz ligeiramente previsão de crescimento para o Brasil, mas destaca 'resiliência'

Organização prevê que progressão da economia brasileira se fortaleça até 2,5% a médio prazo

AFP

O FMI (Fundo Monetário Internacional) moderou ligeiramente nesta quinta-feira (11) sua projeção de crescimento para o Brasil para 2,1%, destacando que a economia do país tem mostrado uma "notável resiliência" em meio ao ciclo de desinflação que atravessa.

Em abril, o Fundo havia previsto para este ano um avanço de 2,2% da maior economia latino-americana e de 2% para toda a região.

"Espera-se que o crescimento do PIB se modere em 2024 [no Brasil], refletindo uma política monetária ainda restritiva, um menor déficit fiscal, a calamidade das inundações no Rio Grande do Sul e a normalização da produção agrícola", indicou o FMI em seu relatório periódico sobre a economia do país, conhecido como Artigo IV.

Descarregamento de soja no Porto de Paranaguá
Porto de Paranaguá - A imagem mostra um armazém industrial onde grãos estão sendo descarregados de um caminhão ou vagão de trem em uma grade no chão. A iluminação é amarelada e há várias luzes no teto. O ambiente parece empoeirado e há uma pessoa ao fundo, desfocada, caminhando em direção à luz./Claudio Neves/Portos do Paraná

Para os diretores executivos do FMI, a "resiliência" brasileira se deve ao fato de que a atividade econômica tem crescido de "forma constante", superando as expectativas, o que reflete "fatores favoráveis de oferta e demanda".

"Com uma política monetária proativa e adequadamente restritiva, a inflação geral desceu até o intervalo de tolerância fixado como objetivo", destaca o relatório.

Em junho, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) se moderou no país com um avanço mensal de 0,21% e atingiu 4,23% em 12 meses, segundo dados do Banco Central, cuja meta está fixada em 3%.

"O investimento em oportunidades de crescimento ecológico poderia impulsionar ainda mais esse potencial econômico", acredita o FMI, ao acrescentar que "espera-se que a inflação geral volte ao objetivo de 3% no primeiro semestre de 2026".

Crescimento

O FMI também prevê que a progressão da economia brasileira se fortaleça até 2,5% a médio prazo, o que supõe uma revisão para cima de 0,5 pontos percentuais desde a Consulta do Artigo IV de 2023.

"Os ganhos de eficiência derivados da reforma do IVA e o aumento da produção de hidrocarbonetos" respaldam essa previsão, segundo as autoridades do FMI.

As autoridades se referem à aprovação, em dezembro de 2023, de uma aguardada reforma que simplificou o sistema tributário da maior economia latino-americana, no que analistas consideraram uma vitória política para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os diretores do Fundo elogiaram o "compromisso das autoridades de continuar melhorando a situação fiscal" e celebraram a reforma, que "espera-se que impulsione a produtividade, crie emprego formal e melhore a equidade".

Desafios

A entidade multilateral, com sede em Washington, alertou, no entanto, que ainda "existem desafios pendentes" para o Brasil, entre eles "a elevada dívida pública" e a "lenta convergência para níveis de vida mais elevados".

Também advertiu que embora os "riscos" para as perspectivas econômicas do país "se inclinem ligeiramente para baixo", ainda persiste "incerteza".

"Os riscos para baixo derivam, no front externo, de um possível desajuste da política monetária nas principais economias, da volatilidade dos preços das matérias-primas e da instabilidade financeira mundial", precisou o FMI.

No âmbito interno, as interrupções das cadeias de suprimento provocadas pela catástrofe das inundações que em maio de 2024 devastaram grande parte do estado do Rio Grande do Sul "poderiam ser mais graves do que o esperado".

Também preocupa "um consumo das famílias mais forte do que o previsto, uma aplicação mais rápida do que o planejado das reformas de melhoria da produtividade e as oportunidades de crescimento ecológico".

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