Google limita recurso de busca de IA após respostas erradas

Empresa diz que está refinando controles para evitar conselhos equivocados em pesquisas sobre saúde, por exemplo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Nico Grant
São Francisco (Califórnia)

Quando o CEO do Google, Sundar Pichai, introduziu um recurso de inteligência artificial generativa para o mecanismo de busca da empresa no mês passado, ele e seus colegas demonstraram a nova capacidade com seis consultas baseadas em texto que o público poderia experimentar.

As perguntas incluíam "como limpar um sofá de tecido" e "o que devo usar para remover uma mancha de café do meu tapete". Estas foram destinadas a destacar como o novo recurso do Google, Visões de IA, poderia gerar resumos completos e úteis acima dos resultados de busca tradicionais.

Mas até sexta-feira (31), apenas uma das seis consultas ainda produzia uma AI Overviews, de acordo com testes do The New York Times.

O presidente-executivo do Google, Sundar Pichai, fala durante a conferência anual de desenvolvedores - Glenn CHAPMAN -14.mai.24/AFP

O desaparecimento das AI Overviews para algumas das buscas parecia ser parte de um recuo mais amplo depois que a nova tecnologia produziu uma série de inverdades e erros —incluindo recomendar cola como parte de uma receita de pizza e sugerir que as pessoas ingerissem pedras para nutrientes. Os usuários reclamaram nas redes sociais sobre os erros, em muitos casos zombando abertamente do Google.

Liz Reid, chefe de busca do Google, escreveu em um post no blog na quinta-feira (30) que a empresa havia reduzido as IA Overviews de certas maneiras, lançando "refinamentos adicionais de acionamento" para oferecer respostas mais cuidadosas sobre saúde, desativando conselhos enganosos e limitando a inclusão de sátira e respostas de usuários de fóruns como o Reddit.

"Continuaremos melhorando quando e como mostramos AI Overviews e fortalecendo nossas proteções", ela escreveu.

O recuo foi um golpe nos esforços do Google para acompanhar os rivais Microsoft e OpenAI, fabricante do chatbot ChatGPT, na frenética corrida para liderar a IA. Também destacou a difícil escolha estratégica que o Google enfrenta: Abraçar a tecnologia de IA que pode não ser confiável ou manter seu mecanismo de busca altamente popular o mesmo —e correr o risco de ficar para trás de seus pares.

O Google, que lidera a busca na internet há mais de duas décadas, tem se esforçado desde que a OpenAI lançou o ChatGPT em 2022. Alguns insiders da indústria de tecnologia consideram a capacidade do chatbot de gerar respostas uma séria ameaça ao mecanismo de busca do Google, que tem sido a forma mais popular de obter informações online.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.