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Boeing e Airbus buscam aprovação para uso de metais da Arábia Saudita em aeronaves

Com a certificação, os fabricantes de jatos podem superar obstáculos de fornecimento

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Fahad Abuljadayel Matthew Martin
Bloomberg

A Arábia Saudita disse que está trabalhando com os principais fabricantes de aviões Boeing e Airbus para obter a aprovação de seu alumínio e titânio para uso nas aeronaves como parte de um esforço para aumentar a produção dentro do reino.

Obter a certificação potencialmente ajudaria os fabricantes de jatos a superar obstáculos de fornecimento, incluindo dificuldades na obtenção de algumas matérias-primas. O país também está discutindo a fabricação de mais componentes de aeronaves localmente, de acordo com a GACA (Autoridade Geral de Aviação Civil da Arábia Saudita).

"Boeing, Airbus e Embraer estão demonstrando interesse em estabelecer instalações de longo prazo para determinados componentes no reino", disse Abdulaziz Al-Duailej, presidente da GACA, em uma entrevista antes do Fórum do Futuro da Aviação, em Riade, que começou nesta segunda-feira (20).

Aeronave Boeing 787-9 da Air China chega ao Aeroporto Internacional José Martí, em Havana, Cuba
Aeronave Boeing 787-9 da Air China chega ao Aeroporto Internacional José Martí, em Havana, Cuba - Xinhua/Lin Zhaohui

A Arábia Saudita está trabalhando para se tornar um novo centro de metais e mineração, buscando formas de diversificar sua economia além do petróleo. As negociações com gigantes da aviação ocorrem em um momento em que o reino está prestes a ser uma importante fonte de novas encomendas de aviões.

O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman tem ambições de expandir a indústria de transporte do país, o que incluirá uma reforma do setor de aviação e o estabelecimento de novas companhias aéreas.

A companhia aérea local Saudia anunciou nesta segunda-feira que encomendou 105 jatos de corredor único da Airbus —a maior aquisição dos 80 anos da empresa. A companhia queria ainda mais aviões, mas não conseguiu garantir slots de entrega adicionais antes de 2032.

No ano passado, a Saudia encomendou dezenas de aviões da Boeing, assim como a Riyadh Air, a nova companhia aérea do país que está em processo de lançamento pelo fundo soberano da Arábia Saudita.

A Boeing assinou um memorando de entendimento em 2023 para explorar o desenvolvimento de titânio de qualidade aeronáutica na Arábia Saudita com o conglomerado local Tasnee. A empresa produz cerca de 10% da esponja de titânio do mundo, que é um material crucial para a indústria da aviação.

Al-Duailej, da GACA, vê a Boeing mantendo sua posição como o principal fabricante no espaço da aviação, mesmo enquanto a empresa lida com as consequências de sua pior crise em anos.

A Arábia Saudita tem como objetivo atrair US$ 100 bilhões (R$ 510 bilhões) em investimentos para o setor de aviação até 2030, que hoje é impulsionado principalmente por gastos do fundo soberano da Arábia Saudita. Al-Duailejestima que cerca de metade disso será gasto em aeroportos e infraestrutura, enquanto o restante vai para aeronaves e outras atividades.

A GACA planeja privatizar seus aeroportos até 2030, com o Aeroporto Internacional de Abha, na parte sul do reino, programado para ser o próximo da fila. As partes interessadas incluem operadores globais, empreiteiros e gestores de ativos estrangeiros.

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