Vendas de Páscoa da Americanas crescem 10% e dão fôlego para 2024

Produtos com personagens puxaram resultado; estoque de ovo do Naruto acabou

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O bom resultado das vendas de Páscoa na Americanas neste ano deve garantir um fôlego extra para a varejista nas negociações para a fabricação de ovos para a campanha de 2024. Em meio a um processo de recuperação judicial, a companhia precisou antecipar pagamentos e reduzir volumes para garantir o abastecimento das tradicionais parreiras de ovos.

Os 13 milhões de ovos de chocolate colocados à venda desde 1º de março foram quase todos vendidos até o dia 9 de abril, levando a um resultado 10% superior ao registrado em 2022. A alta considera também 150 milhões de unidades de chocolates, entre bombons, caixas e barras, também vendidos nos 39 dias da campanha de Páscoa.

0
Caixa com ovos de Páscoa da Lacta em câmara refrigerada no centro de distribuição da Americanas em Perus (SP) - Eduardo Knapp-10.fev.23/Folhapress

As vendas do período, que começam depois do Carnaval, já são tradicionalmente concentradas na reta final, mas, em 2023, o consumidor deixou essa compra ainda mais para a última hora.

Cerca de 70% dos ovos de chocolate foram vendidos na semana que antecedeu a festividade religiosa. Considerando ovos e a categoria chocolate, os últimos dias concentraram 60% dos negócios. No ano passado, esses percentuais tinham ficado em 63% e 55%.

"O resultado mostra a força que a Americanas tem diante de seu cliente", diz Aleksandro Pereira, diretor comercial da varejista. "A Páscoa é o terceiro maior evento da empresa, atrás somente de Black Friday e Natal, e ela é muito concentrada em uma só categoria, mas é um resultado que faz com que todo o mercado se torne mais confiante com a força da empresa."

As negociações para a produção da marca própria da rede, a D'elicce, para a Páscoa de 2024 já começaram, sob um clima mais favorável do que há três meses, quando a empresa viu derreter suas condições de crédito diante de uma escândalo contábil bilionário.

No dia 20 de março, a companhia apresentou seu plano de recuperação judicial e, nesta semana, fechou acordo para suspender disputas judiciais com credores, como foi o caso do 'armistício' com o BTG.

Os ovos da marca própria responderam por 70% das vendas nessa categoria. Nesse grupo, o destaque ficou com os produtos licenciados, com a personagem Peppa Pig e a Patrulha Canina. O hit foi o ovo do Naruto, que vinha acompanhado de uma cumbuca e um par de hashis (os palitinhos) com o formato da shuriken (a lâmina que se parece com uma estrela).

O interesse pelo produto com o personagem surpreendeu a rede –ele estreou no portfólio da Americanas em 2022. Quem deixou para comprar na semana que antecedeu a Páscoa ficou sem o ovo.

A linha D'elicce já responde por mais de 50% da data para a rede varejista. Quando se considera também os demais chocolates, fica em 20%. A marca própria garante à empresa mais rentabilidade do que a venda de produtos de outras fabricantes.

Regionalmente, 40% do resultado da Americanas com a Páscoa vieram do consumo nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. O diretor comercial da empresa destaca, porém, o crescimento nas vendas em estados do Nordeste, especialmente em Pernambuco e na Paraíba, onde a alta passou de 20% na comparação com 2022.

O consumidor que não se animou ou não interessou em comprar ovos de chocolate para a Páscoa ainda poderá encontrar alguns últimos produtos nas lojas, diz Pereira, mas já sem variedade. "Sempre tem uma pequena sobra, não chega a um giro de 100%."

Segundo o diretor comercial da Americanas, o crescimento de 10% no resultado geral da data neste ano foi também importante para "mais do que provar" que a rede é um canal relevante no segmento.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.