A renda dos patrões das maiores empresas britânicas aumentou duas vezes mais rápido que a inflação neste ano, de acordo com um estudo da consultoria PwC. Esta constatação alimenta críticas em meio à crise do custo de vida.
Em um contexto de inflação de mais de 10% no Reino Unido, essas quantias poderiam ser "distribuídas de forma mais igualitária", disse o diretor do think tank High Pay Center, Luke Hildyard, à AFP.
O aumento da renda se deve em grande parte às crescentes bonificações após "a reabertura das empresas e o retorno da demanda após a pandemia", destaca Andrew Page, especialista em remuneração de executivos da PwC.
A PcW especificou na segunda-feira (07) em nota que o rendimento médio dos administradores do FTSE 100, que reúne as cem maiores valorizações da Bolsa de Londres, subiu de 3,2 milhões de libras para 3,9 milhões de libras (4,5 milhões de euros, +22%) entre 2021 e 2022.
A remuneração dos altos funcionários havia caído durante a pandemia após as reduções de salários e gratificações, sejam elas voluntárias ou sob pressão de acionistas ou investidores.
Vários estudos afirmam que, desde então, os aumentos de renda dos diretores voltou a crescer acentuadamente e está em níveis pré-pandêmicos.
"Ao longo da última década, os investidores começaram a ser mais rigorosos quando se trata de remuneração de diretores" e as empresas do FTSE 100 raramente pagam mais de "três a quatro milhões de libras" anualmente aos seus executivos-chefes, afirma Hildyard.
No entanto, "isso equivale pagar a eles mais de cem vezes o salário de um trabalhador britânico médio", insiste.
Durante alguns meses, as greves para exigir salários melhores se multiplicaram diante da inflação generalizada no Reino Unido.
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